O uso da corrente interferencial no tratamento da vulvodínia localizada provocada = : Use of interferential current in the treatment of localized provoked vulvodynia / Use of interferential current in the treatment of localized provoked vulvodynia

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/08/2012

RESUMO

Quadros vulvovaginais dolorosos crônicos causados por vulvodínia são queixas comuns nos consultórios ginecológicos, com prevalência de 9 a 16% nas mulheres americanas sexualmente ativas. Além de dor na relação sexual, a mulher com vulvodínia se apresenta ansiosa, depressiva e com alteração significativa em sua função sexual. Objetivo: Avaliar o tratamento fisioterápico com estimulação elétrica do tipo corrente interferencial (CI) em mulheres com vulvodínia localizada provocada (VLP). Desenho do estudo: Ensaio clínico randomizado cego simples com 32 mulheres com queixa de dor vulvovaginal ao coito há, pelo menos 6 meses, alocadas em dois grupos: tratamento versus controle-placebo. O primeiro recebeu 8 sessões de estimulação elétrica com CI (Endophasys NMS-0501 - KLD Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda., método bipolar, 4000Hz, amplitude de modulação de frequência de 100Hz, por 20 minutos) e o segundo recebeu os mesmos procedimentos, sem passagem de corrente elétrica. Os parâmetros analisados pré e pós-tratamento foram: dor subjetiva na relação sexual vaginal (escala visual analógica), frequência mensal de relações sexuais vaginais, dor no toque vulvar em exame físico (teste do cotonete, de 0 a 10) e função sexual feminina (questionário Índice de Função Sexual Feminina - FSFI). Os dados foram analisados usando testes Qui-quadrado de Pearson, Exato de Fisher e Mann-Whitney. O início e final do tratamento foram comparados pelo teste de Wilcoxon (amostras relacionadas) e de McNemar (efeito da intervenção), considerando nível de significância estatística de 5%. O software utilizado foi o SAS (Release 9.1, SAS Institute,Cary, NC, USA, 2002-2003) e o SPSS Statistics (Release 17.0). Resultados: Os grupos foram homogêneos em relação à idade, índice de massa corpórea (IMC), cor da pele, escolaridade, uso de anticoncepcional oral e de preservativo masculino. Os escores totais do FSFI na avaliação inicial entre os grupos tratamento e controle foram 19,01±4,85 e 18,13±8,27, e após a intervenção 27,35±3,64 e 21,25±6,74 (p=0,0001 e p=0,0125), respectivamente. A dor subjetiva na relação sexual vaginal diminuiu significativamente em ambos os grupos (de 7,69±1,13 para 4±2,41; p=0,0002, no grupo tratamento e 8,19±1,27 para 4,92±2,46; p=0,0010, no grupo controle). O número de relações sexuais vaginais mensais aumentou de 4,94±3,71 para 6,21±3,03 (p=0,0234) no primeiro e de 4±4,56 para 4,38±3,25 (ns) no segundo grupo. A análise da sensibilidade ao toque na região vulvar apresentou diminuição significativa da dor apenas no grupo tratamento, de 7,44±1,54 para 3,21±2,39 (p=0,0002), versus de 6,50±1,96 para 4,54±3,45 (ns), no grupo controle. Conclusão: O tratamento da VLP com CI promoveu melhora na função sexual das mulheres estudadas, aumento na frequência de relações vaginais mensais e diminuição da sensibilidade da dor vulvovaginal ao toque.

ASSUNTO(S)

vulvodínia fisioterapia estimulação elétrica sexualidade vulvodynia physiotherapy electric stimulation sexuality

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