Opacidade e teoria fonológica : de regras a restrições

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Nesta tese, abordamos o fenômeno da opacidade fonológica. Para tanto, percorremos vários modelos teóricos. Iniciamos nosso estudo mostrando como a opacidade é encarada nas teorias gerativas que antecederam a TO. Sob a perspectiva de modelos baseados em regras, tais como a TGC e a FL, esse fenômeno é produto do ordenamento das regras. Essa ordem pode criar os efeitos considerandos transparentes e os efeitos considerados opacos. A formalização das regras, contudo, cede espaço às restrições na década de ’90. A TO elimina o excesso de representações intermediárias admitidas pelas teorias anteriores. A partir do ranking de restrições, uma língua é capaz de derivar o output mais harmônico, ou seja, aquele que não viola ou viola menos as restrições mais altas desse ordenamento. Atualmente, os pressupostos da TO têm sido amplamente adotados. Vários estudos em teoria fonológica assumem esse modelo, já que, sem dúvida, apresenta vantagens diante de abordagens baseadas em regras.No entanto, se há um consenso de que a gramática da TO é superior a outras propostas, há também uma consciência de que a teoria precisa refinar-se para abrigar todos os tipos de fenômenos existentes nas línguas. E a opacidade é um deles. Por isso, as generalizações que não podem ser explicadas pela teoria passam a ser alvo de muitas discussões na atualidade. No modelo baseado em restrições da Teoria da Otimidade, as generalizações opacas são ainda mais instigantes, já que a arquitetura padrão dessa teoria não é capaz de derivar muitas delas. Diante do impasse das interações opacas, muitas propostas têm sido desenvolvidas. Algumas se mantêm irredutíveis quanto ao formato inicial do modelo no que se refere ao paralelismo – Conjunção Local de restrições, Teoria da Simpatia e TO-CC. Outras optam por padrões de teorias anteriores, como estratos e níveis e, assim, agregam uma certa dose de serialismo ao paralelismo radical da Otimidade – LPM-TO e TO-Serial. Das abordagens que apresentamos, defendemos a estrutura gramatical oferecida pela Teoria da Otimidade Serial, sugerida por Itô e Mester (2003b). Pretendemos, com este estudo, contribuir ao debate atual sobre a opacidade, discutindo algumas dessas propostas a partir da análise de fenômenos opacos extraídos de línguas diversas. A partir dessa discussão, mostramos em que sentido o modelo aqui defendido é mais adequado para o exame de interações opacas.

ASSUNTO(S)

fonologia opacidade (fonologia) teoria fonologica

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