Os limites da agricultura convencional e as razões de sua persistência: estudo do caso de Sumidouro, RJ
AUTOR(ES)
Stotz, Eduardo Navarro
FONTE
Revista Brasileira de Saúde Ocupacional
DATA DE PUBLICAÇÃO
2012-06
RESUMO
A predominância da agricultura convencional, caracterizada sobretudo pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, tem levado a pesquisas acerca da percepção sobre a saúde e o ambiente implicados nas práticas agrícolas. Neste estudo, buscou-se compreender a percepção dos limites da agricultura convencional por agricultores familiares e as razões de sua persistência. Consistiu em pesquisa empírica observacional e participativa realizada em Sumidouro, RJ, entre 2006 e 2008. Verificou-se que a agricultura convencional é avaliada positivamente em termos de ganhos econômicos e sociais - dada a redução do tempo de trabalho socialmente necessário resultante do uso de agrotóxicos - e que, apesar da persistência de elementos da agricultura tradicional na memória e da percepção da dependência dos insumos e dos seus impactos, é percebida pelos agricultores como uma determinação de suas vidas. Esses elementos sugerem que, da mesma forma como o sistema agrícola convencional se impôs mediante crédito subsidiado e assistência técnica pública, alterações profundas nessa percepção e no sistema agrícola vigente devem integrar política pública ampla e de longa duração. Esta, por sua vez, deve considerar, dentre outros, a dependência do poder político local em relação aos maiores produtores e comerciantes, inclusive de agrotóxicos, e a necessidade de articulação entre pesquisa e extensão rural com a participação direta dos agricultores.
ASSUNTO(S)
agrotóxicos saúde dos trabalhadores memória social sistema agrícola poder político
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