Pacientes odontogeriatricos : um estudo exploratorio sobre saude bucal e qualidade de vida

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo verificar o estado de saúde bucal e as condições de saúde de idosos com idade entre 60 a 75 anos, funcionalmente independentes, bem como avaliar a percepção e a satisfação com a vida e referenciada a domínios como a saúde bucal e a saúde física global. A amostra constituiu-se de sessenta e um pacientes inscritos no programa de atendimento odontológico da Clínica Odontológica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/Unicamp) entre os meses de abril a dezembro de 2002. Os sujeitos foram caracterizados de acordo com os critérios sócio-demográficos de idade, sexo, estado civil, escolaridade e renda. Além de um questionário sócio-demográfico, foram aplicados mais dois instrumentos: uma escala de atividades instrumentais de vida diária e o questionário para avaliação da saúde bucal geriátrica (GOHAI). Realizou-se também o exame clínico bucal para determinar as condições bucais e o uso e/ou necessidade de próteses dentárias. Foi empregado o índice CPO-D que mede a freqüência da ocorrência da cárie dental. As variáveis sócio-demográficas receberam análises estatísticas descritivas. Para testar a confiança interna do questionário GOHAI foi aplicado o cálculo do coeficiente alfa de Cronbach, cujo valor foi de 0,8213 entre os pacientes dentados e de 0,7258 entre os desdentados, verificando-se alta consistência interna. Os dados referentes às condições bucais dos pacientes e avaliação da satisfação receberam análises de testes não paramétricos com a finalidade de buscar relações entre as condições de saúde bucal, saúde bucal percebida, saúde geral e satisfação. Os resultados mostraram que a maioria dos idosos tinha entre 60 e 69 anos, eram casados, tinham baixo nível de escolaridade e baixa renda, mas respondiam pelo sustento da família. As doenças relatadas estavam relacionadas aos sistemas circulatório, osteomuscular e endócrino. As mulheres se descreveram como mais doentes do que os homens e avaliaram menos positivamente a saúde do que eles. O edentulismo correspondeu a 30,5% da amostra e entre os dentados observou-se uma média de 17 dentes perdidos, 6,6 de obturados e 3,6 de cariados. Não foram encontradas correlações estatisticamente significantes entre o índice CPO-D e satisfação referenciada a domínios. Os idosos desdentados relataram menos dor e desconforto do que os dentados. Foi encontrada correlação positiva entre o número de dentes perdidos e obturados e os escores de funcionalidade no GOHAI. Os sujeitos que relataram não ter problemas de saúde estavam mais satisfeitos com a própria saúde física e bucal e com a própria saúde bucal quando comparada com a de outras pessoas da mesma idade

ASSUNTO(S)

odontologia idosos gerontologia qualidade de vida

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