Padrão de metilação do gene P16INK4A e de infecções por HPV de alto risco acompanham a evolução de lesões cervicais
AUTOR(ES)
Carestiato, Fernanda Nahoum, Afonso, Larissa Alves, Moyses, Natalia, Almeida Filho, Gutemberg Leao, Velarde, Luis Guillermo Coca, Cavalcanti, Silvia Maria Baeta
FONTE
Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-09
RESUMO
RESUMO É reconhecido que infecções por papilomavírus humanos de alto risco (HPV) são causa necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer cervical. Recentemente, estudos de silenciamento gênico apontaram que a hipermetilação do gene p16INK4A é importante co-fator para a carcinogênese cervical, eliminando a função supressora de tumor da proteína p16 em lesões malignas. Entretanto poucos estudos avaliaram a relação da metilação com a progressão da doença. Nosso objetivo foi investigar o padrão de metilação do gene P16INK4A em diferentes graus de lesão cervical e sua associação com a infecção por diferentes tipos de HPV. Nosso estudo de corte transversal avaliou 141 amostras cervicais de pacientes atendidas no Hospital Moncorvo Filho, Rio de Janeiro. A detecção e tipagem do HPV foi realizada pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), e a metilação do gene P16INK4A pela PCR-metilação específica em formato nested (MSP). A frequência de HPV foi de 62,4% (88/141). O tipo mais prevalente foi o HPV16 (37%), seguido pelo HPV18 (16,3%) e HPV33/45 (15,2%). Curva ascendente foi observada quanto ao padrão de metilação do gene P16INK4A e o grau da lesão: a metilação foi identificada em somente 10,7% das amostras de epitélio normal, em 22,9% das lesões de baixo grau, em 57,1% das lesões de alto grau e em 93,1% dos carcinomas (p < 0,0001). Foram feitas análises univariada e multivariada a fim de correlacionar metilação, idade, exposição ao tabaco, infecção e genótipo de HPV. Foi encontrada correlação da metilação com a infecção pelo HPV (p < 0,0001), genótipos de alto risco (p = 0,01), lesões de alto grau (p < 0,0007) e câncer (p < 0,0001). Uma vez que infecções pelo HPV e alterações epigenéticas mostraram forte associação estatística com o carcinoma cervical, sugerimos que estes padrões de metilação possam ser avaliados como potenciais biomarcadores, combinados à detecção dos HPV oncogênicos para identificação de pacientes em risco de câncer.
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