Paixões de transferência

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. latinoam. psicopatol. fundam.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2000-03

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo iniciar a reflexão sobre a função da transferência como operadora incontornável da apreensão e da compreensão da doença, em seu sentido mais amplo, e da psicopatologia em particular. Mais que um “dispositivo” da técnica psicanalítica, a transferência se constitui como verdadeiro paradigma da experiência que revela a imbricação inevitável do sofrimento de dois seres em relação. É a elaboração desta experiência que permite a constituição do conhecimento psicopatológico. Destaca-se aqui como, muito antes da formulação deste conceito, a sensibilidade de Freud à sua experiência transferencial, com relação aos seus objetos de estudo e a suas relações pessoais e profissionais, constituiu-se como um vetor determinante de seu percurso da neurologia à psicanálise, uma dimensão pouco considerada na história da psicanálise bem como na do próprio conceito de transferência. A elaboração dessa experiência foi um operador fundamental que permitiu a Freud compreender e efetuar as teorizações e transformações que instrumentaram sua passagem da pesquisa neuro-fisiológica e da clínica médica clássica ao desenvolvimento da psicanálise, enquanto método terapêutico e corpo teórico.

ASSUNTO(S)

transferência técnica psicanalítica história da psicanálise hipnose

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