Papel do sistema calicreína-cininas sobre os efeitos hipotensores e hipoglicemiantes do exercício em diabéticos tipo 2

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O Diabetes Mellitus tipo 2 caracteriza-se pela presença de resistência à insulina e hiperglicemia crônica, sendo considerado um problema de saúde pública. A hipertensão arterial é uma co-morbidade presente na maioria dos diabéticos, elevando o risco de aparecimento de doença arterial coronariana. Além disso, o polimorfismo da ECA, associado à maior produção de ECA, parece contribuir para o desenvolvimento da doença. A prática de exercício físico, associadas ao uso de medicamentos hipoglicemiantes e anti-hipertensivos são as principais formas de tratamento. O exercício físico tem destaque como medida para o controle glicêmico e pressórico. No entanto, ainda há de se esclarecer os mecanismos que promovem a captação da glicose e o efeito hipotensor, bem como o efeito de diferentes intensidades de exercício e o comportamento dessas variáveis frente ao polimorfismo da ECA. A proposta do presente estudo foi analisar e comparar as respostas glicêmicas, insulinêmicas, pressóricas, e a utilização de substratos energéticos durante e após exercício máximo e submáximo, além do efeito da administração de carboidratos (CHO) pós-exercício sobre essas respostas, a atuação do sistema calicreína-cininas (SCC) nas diferentes situações e a influência do polimorfismo da ECA nas respostas pressóricas e glicêmicas. Dez indivíduos DB2 (53,51,8 anos; glicemia de jejum: 167,111,2 mg.dL-; IMC: 30,71,6 kg.m-; PAM: 972,1 mmHg) e NDB (47,71,5 anos; glicemia de jejum: 91,8 mg.dL-; IMC: 25,72,8 kg.m-; PAM: 91,63,0 mmHg) participaram do estudo e realizaram: 1) teste incremental (TI); 2) exercício a 90% do limiar de lactato (90%LL) e 3) controle (Cont). As 3 sessões foram realizadas duas horas após a ingestão de um lanche padronizado e o grupo DB interrompeu sua medicação com 48h de antecedência. Glicemia, pressão arterial, freqüência cardáica, lactato, insulina, atividade da calicreína plasmática (ACP), bradicinina (BK) e parâmetros ventilatórios foram mensurados em repouso (Rep), durante o exercício e por 135 min de recuperação (R15-R135). Em R45 foi administrada solução de CHO. Houve maior redução da glicemia pós TI (DB2) e pós 90%LL (NDB). Houve hipotensão pós-exercício (HPE) máximo e submáximo (DB2 e NDB). A homeostase energética foi restaurada em DB2 pós-exercício. Após administração de CHO, a glicemia se elevou de forma semelhante nas três sessões (DB2 e NDB). A ACP se elevou pós TI (R15) (DB2) e pós 90%LL (NDB). A ACP (DB2 e NDB) e a BK (DB2) se elevaram em resposta a administração de CHO e na situação de jejum a BK foi menor no grupo DB2 em relação ao grupo NDB. Na presença do genótipo homozigoto DD a HPE pós-exercício submáximo parece estar minimizada, mas não após TI. Homozigotos II do gene da ECA parecem responder melhor ao exercício submáximo quanto aos mecanismos hipotensores do exercício. Conclui-se que melhores respostas glicêmicas e pressóricas foram promovidas pelo exercício máximo para DB2 e pelo exercício submáximo para NDB. O SCC parece estar envolvido nos mecanismos de HPE e de captação de glicose e o polimorfismo da ECA parece influenciar as respostas pressóricas ao exercício.

ASSUNTO(S)

ciências da saúde calicreína plasmática exercise diabetes mellitus tipo 2 exercícios físicos; diabetes; calicreína plasmatic kallikrein exercício type 2 diabetes mellitus

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