Parcelamento do fósforo na cultura do algodão irrigado em neossolo quartzarênico / Phosphorus parceling in the cotton irrigated in quartzanic neossoil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Nos solos de cultivo do algodoeiro no Brasil, há predomínio na fração argila de minerais com alta capacidade de fixar o fósforo em formas não-lábeis. Técnicas adequadas de aplicação de fertilizantes fosfatados são essenciais para a obtenção de produtividades satisfatórias. Objetivou-se avaliar a aplicação parcelada do fertilizante fosfatado no algodoeiro, em comparação à aplicação tradicional em semeadura, sobre a absorção de P, o teor de nutrientes na folha índice e a produtividade. Três experimentos foram instalados num delineamento em blocos casualizados, com três repetições. Os experimentos foram conduzidos em solo de textura arenosa, classificado de Neossolo Quartzarênico. O cultivar utilizado foi o Delta Opal. No primeiro experimento, os tratamentos consistiram de duas doses de P2O5 (50 e 120 kg ha-1) x quatro formas de aplicação parcelada PS, P1, P2 e P3 (100/0; 75/25; 50/50; 25/75 correspondentes à porcentagem da dose de P2O5 aplicada em semeadura e aos 35 dias após a emergência (DAE), respectivamente) x dois sistemas de cultivo (irrigado e sequeiro) e dois tratamentos adicionais (não aplicação do P no cultivo sequeiro e irrigado), perfazendo dezoito tratamentos. No segundo experimento, cultivo irrigado, os tratamentos consistiram de quatro doses de P2O5 (30, 60, 120 e 180 kg ha-1) x três formas de aplicação parcelada. Essas formas foram P1, P2 e P3 (80/20, 60/40, 40/60, correspondentes às percentagens da dose de P2O5 aplicadas em semeadura e aos 35 DAE, respectivamente), mais dois tratamentos com a aplicação do P em semeadura (60 e 120 kg ha-1 de P2O5) e um sem aplicação do P, perfazendo quinze tratamentos. O terceiro experimento, cultivo irrigado, constou de sete tratamentos: seis formas de aplicação parcelada da dose 60 kg ha-1 de P2O5, mais um tratamento sem P. As formas de aplicação do fertilizante foram: PS (P em semeadura); P1, P2 e P3 (80/20; 60/40; 40/60 % da dose de P2O5 aplicada, respectivamente, na semeadura e aos 35 DAE); alémdo tratamento P2 com a parcela do P em cobertura via MAP (P2 - MAP) ou via superfosfato triplo em pó (P2 - STP). A parcela aplicada de P em semeadura de todos os tratamentos e a aplicada em cobertura em P1, P2 e P3 foi via superfosfato triplo granulado. Nos dois primeiros experimentos, a única fonte de P foi o superfosfato triplo granulado. Em todos os experimentos, a parcela de P em cobertura foi aplicada mincorporada na profundidade de 10 cm a 20 cm da fileira de plantas. Avaliaram-se a produção de matéria seca; o teor e conteúdo de P nas folhas, ramos e estruturas reprodutivas aos 35, 50 e 80 DAE; o teor de nutrientes na quinta folha completamente expandida do ápice para a base (folha índice) aos 80 DAE; e o número de capulhos por planta, massa de capulho e produtividade de algodão em caroço na colheita. A aplicação parcelada do fertilizante fosfatado, de modo geral, não influenciou o acúmulo de matéria seca e conteúdo de P na parte aérea aos 50 e 80 DAE. No primeiro experimento, houve resposta às doses de P sobre a produtividade e absorção de P, apenas no cultivo irrigado. A irrigação aumentou o número de capulhos por planta e a produtividade do algodão em caroço. O teor de nutrientes na folha índice foi maior no cultivo de sequeiro, exceto os de N e P. No segundo experimento, houve redução da produtividade de algodão em caroço no parcelamento P3 em comparação com a aplicação tradicional ou aos parcelamentos P1 e P2. Os teores de nutrientes, exceto o de P, não foram afetados pelo parcelamento do fertilizante fosfatado. Houve resposta às doses de P para a massa de parte aérea seca aos 35 e 50 DAE e de estruturas reprodutivas secas aos 80 DAE. Houve incremento do P absorvido e da produtividade de algodão em caroço, com o aumento das doses de P. As produtividades máximas foram obtidas com as doses de 125, 180 e 180 kg ha-1 de P2O5, nos parcelamentos P1, P2 e P3, respectivamente. No terceiro experimento, os teores de nutrientes na folha índice não foram influenciados pelos parcelamentos, exceto o teor de P, que foi maior no tratamento P2 -MAP. Houve incremento do P absorvido aos 50 DAE com as formas de aplicação P2 - MAP e P3. A aplicação do P aumentou a massa de capulho, o número de capulhos por planta e a produtividade de algodão em caroço. A forma de aplicação P3 reduziu a produtividade de algodão em caroço. Conclui-se que, em Neossolo Quartzarênico, o parcelamento do fertilizante fosfatado não alterou o teor de nutrientes na folha índice e não aumentou a absorção de fósforo e a produtividade de algodão em caroço.

ASSUNTO(S)

gossypium hirsutum var. latifolium hutch irrigação absorção de nutrientes ciencias exatas e da terra gossypium hirsutum var. latifolium hutch irrigation nutrient absorption

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