Perfil epidemiologico da saude bucal em adolescentes de 15 a 19 anos de idade, Estado de São Paulo, 2002

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

O conhecimento da distribuição da cárie dentária em adolescentes fornece instrumentos para que medidas sejam adotadas de forma a atenuar os danos causados pela progressão da doença na idade adulta. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico da cárie dentária em adolescentes de 15 a 19 anos de idade no Estado de São Paulo, através da prevalência, severidade e tendência do desenvolvimento da doença, além da relação com variáveis sócio-econômicas e de acesso aos serviços odontológicos. Metodologia: O delineamento do estudo foi do tipo transversal, onde foram analisados dados de 1825 adolescentes entre 15-19 anos de idade, obtidos a partir do levantamento epidemiológico em saúde bucal realizado no Estado de São Paulo no ano de 2002. Para analisar a tendência do desenvolvimento da cárie dentária em adolescentes no Estado de São Paulo, comparou-se os dados dos exames epidemiológicos para a idade de 12 e 18 anos obtidos em 1998 com os encontrados no ano de 2002. Os exames foram realizados por cirurgiões-dentistas treinados e calibrados que seguiram os códigos e critérios recomendados pela OMS (1997). A experiência de cárie foi verificada através do índice CPOD e do Significant Caries Index (Sic Index). Foram abordadas variáveis sócio-econômicas e de acesso aos serviços odontológicos, obtidas através de entrevista. Foram utilizados os testes de Quiquadrado, Mann Whitnney e Anova, todos com nível de significância de 5% e estimou-se as razões de chance (Odds Ratio - OR) e intervalos de confiança. Resultados: O índice CPOD em 2002 para o grupo de 15 a 19 anos de idade foi de 6,44 (dp=4,6) e o SiC Index foi de 11,68. O percentual de indivíduos livres de cárie foi de 9,6%. O índice CPOD aos 12 anos foi de 3,72 (1998) e 2,52 (2002) e aos 18 anos foi de 8,64 (1998), enquanto que em 2002 foi de 7,13. Com relação à presença ou não da fluoretação das águas de abastecimento público verificou-se que não houve diferença entre a média CPOD dos municípios, entretanto houve maior porcentagem de indivíduos livres de cárie e menor número de dentes cariados nos municípios com água fluoretada. Pode-se verificar que o sexo masculino teve pior condição em relação à cárie que o sexo feminino. Os fatores de risco para a presença da cárie dentária foram: não ser estudante, estudar em escolas públicas, renda familiar menor que 5 salários-mínimos. Além destes fatores citados, não possuir automóvel e residir em moradia cedida pareceu contribuir para maior experiência de cárie. Quanto ao acesso aos serviços odontológicos, ser atendido em serviço público e procurar atendimento por motivo de urgência contribuiu para maior experiência de cárie. Conclusão: Houve um declínio da cárie entre os adolescentes entre 1998 e 2002, porém existem algumas necessidades odontológicas a serem atendidas, além disso, a privação social esteve relacionada a experiência de cárie dentária em adolescentes no Estado de São Paulo, assim sugere-se que a combinação de estratégias preventivas populacionais e de alto risco sejam importantes para a manutenção da saúde bucal, priorizando a primeira.

ASSUNTO(S)

epidemiologia adolescencia caries dentarias

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