Perioperative evaluation of endothelial function in patients undergoing vascular surgery / Análise funcional do endotélio no perioperatório de operações vasculares

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Apesar dos grandes avanços na medicina perioperatória, as operações vasculares ainda estão associadas a elevada morbi-mortalidade. A fisiopatologia dos eventos perioperatórios é complexa, envolvendo a instabilização de placas ateroscleróticas, o que não é contemplado nos algoritmos para estratificação de risco cardíaco perioperatório. Acreditamos que a identificação de características relacionadas à instabilização de placas incipientes, como alterações na reatividade vascular e maior atividade inflamatória, pode melhorar a acurácia da estimativa de risco e a análise do comportamento perioperatório destas características pode elucidar importantes mecanismos fisiopatológicos. Estudamos 100 pacientes com indicação de operação vascular e aferimos por meio de ultrassom-Doppler de artéria braquial, a hiperemia reativa (HR), marcador de função microvascular, e a dilatação mediada pelo fluxo (DMF), marcador de função endotelial, antes e após a operação. Analisamos também os níveis de proteina-C reativa ultra-sensível (PCR-us). A operação foi realizada em 96 pacientes e 27 deles apresentaram algum evento até o 30º dia pós-operatório: 4 óbitos cardíacos, 5 infartos agudos do miocárdio, 2 acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, 2 elevações isoladas de troponina, 1 embolia de pulmão, 2 reoperações e 11 óbitos não cardíacos. Detectamos disfunção endotelial em 70% dos pacientes, mas não observamos nenhum padrão característico de comportamento perioperatório da DMF, ou associação significativa entre a mesma e os eventos. Observamos significativo aumento da PCR-us após a intervenção cirúrgica (0,5mg/dL x 3,01mg/dL, P=0,001), mas sem associação com eventos. Identificamos forte associação entre disfunção microvascular, representada pela menor velocidade de fluxo na artéria braquial durante a hiperemia reativa, e eventos: 81 cm/s + 20 x 95 cm/s + 28 ( P= 0,02). Concluímos que a identificação de disfunção microvascular no pré-operatório pode estratificar o risco de complicações perioperatórias e que embora não tenhamos observado piora da vasodilatação mediada pelo fluxo, não podemos afastar que haja piora da função endotelial no perioperatório. O aumento de PCR-us denota grande diátese inflamatória, que pode estar relacionada à disfunção endotelial.

ASSUNTO(S)

aortic aneurysm abdominal/surgery infarto do miocárdio endotélio vascular perioperative care aneurisma da aorta abdominal/cirurgia endothelium vascular myocardial infarction aterosclerose claudicação intermitente/cirurgia intermittent claudication/surgery atherosclerosis assistência perioperatória

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