Pérolas da cantoria de repente em São José do Egito no Vale do Pajeú: memória e produção cultural

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/04/2011

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo registrar e estudar a memória da Cantoria de Repente em São José do Egito-PE O Berço Imortal da Poesia, cidade situada na microrregião do Vale do Pajeú. Foi discutida a cantoria no contexto da literatura oral, retirando-a do invólucro da literatura folclórica, convencionalmente adotada como base para categorizar essa arte do repente nordestino. Foi traçado um percurso teórico crítico sobre Memória, Oralidade e Identidade e também sobre a origem, o contexto, o cantador e modalidades do universo da cantoria. A partir daí, foi analisada a memória e produção poética de São José do Egito, através dos discursos e versos colhidos nas entrevistas. Como resultado, percebemos o quanto a poesia, não apenas a de improviso, como também a de bancada, é respeitada e admirada naquela região, revelando valores culturais e identitários do povo. Descobriu-se, ainda, variação em muitos versos memorizados. Isso comprova a influência direta da oralidade, o que não significa que esses textos devam ser taxados como folclóricos ou sem valor poético. Muito pelo contrário, isso revela a existência da veia poética, no próprio declamador, que não sente dificuldade em modificar os versos, ao contrário, cria novos versos, o que justifica uma poesia em vista de tradicionalização. Existe, assim, na cidade um acervo poético oral que persiste na memória daquele povo e muitas vezes é transformado pelo fazer do declamador. Por fim, compreendemos que em São José do Egito, a poesia é uma espécie de Pão nosso de cada dia, permitindo a criação de uma nova forma de tratamento entre os concidadãos que é o termo poeta.

ASSUNTO(S)

cultura popular literatura oral memória e produção cultural letras popular culture oral literature memory and cultural production

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