Plantios de pau-rosa (Aniba Rosaedora Ducke) estabelecidos em áreas com histórico de degradação por atividades agrícolas e pecuárias

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/05/2011

RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar as relações solo-planta de plantios comerciais de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) com idades de 4, 10 e 20 anos, implantados sobre uma área com histórico de degradação pelas atividades agrícola e pecuária, localizados no município de Maués, Estado do Amazonas, Brasil. Foram estudadas características físicas e químicas do solo, bem como o status nutricional da planta, a produção de biomassa de galhos e folhas e a produtividade e qualidade do óleo extraído. Os plantios de 4 e 10 anos estão no espaçamento de 3,0 m x 4,0 m, possuindo 334 árvores, e o plantio de 20 anos possui 200 árvores organizadas no espaçamento de 5,0 m x 5,0 m. Para avaliação do solo, foi delineado 5 tratamentos: Solos de capoeira, plantio de 4 anos, plantio de 10 anos, plantio de 20 anos e uma floresta secundária tardia. Para as análises químicas do solo foram coletadas amostras em 5 repetições para cada tratamento em 4 profundidades (0-10 cm; 10-20 cm; 20-30 cm e 30-40 cm) e as análises físicas do solo foram realizadas em 2 profundidades (0-10 cm e 10-20 cm). Para determinação da biomassa da copa, foram realizadas podas de 100% da copa de 10 árvores de cada idade, totalizando 30 indivíduos. No momento de obtenção da biomassa, foram coletadas amostras de folhas para fins do levantamento do status nutricional. A extração do óleo essencial da biomassa coletada foi feita por arraste a vapor na destilaria em Maués e por hidrodestilação no laboratório de biomoléculas da Amazônia pertencente à UFAM. O rendimento em óleo foi determinado a partir do peso de massa seca dos galhos e folhas de pau-rosa e do peso de óleo extraído dessa massa, tanto na destilaria em Maués, quanto no método laboratorial. A qualidade do óleo foi determinada através de cromatografia gasosa e a análise dos cromatogramas gerados, com observação dos teores de linalol. Os resultados das análises de solo mostraram que a área que comporta o plantio de 4 anos se distingue das demais, principalmente em relação a composição granulométrica das partículas, maiores teores de argila, maiores teores de macro e micronutrientes, valores de densidade do solo menores e maior porosidade total do solo. Em relação às demais áreas, o solo dos plantios de pau-rosa equipara-se às condições encontradas nas áreas de capoeira e da floresta secundária tardia. Devido ao efeito do espaçamento, a maior produção de biomassa total da copa de árvores de pau-rosa por hectare foi obtida no plantio de 10 anos de idade, com 35,15 ton ha-1, seguido do plantio de 20 anos com 24,73 ton ha-1, enquanto que o plantio de 4 anos produziu a menor quantidade, com cerca de 17,92 ton ha-1. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas no rendimento em óleo, e em média foram obtidos no laboratório e na destilaria 1,34 % e 1,15 %, respectivamente. O teor de linalol encontrado foi superior no óleo de 10 anos obtido na destilaria (88,05%), seguido do óleo obtido do plantio de 20 anos no laboratório (83,87%). O menor conteúdo de linalol foi encontrado para o plantio de 4 anos de idade, no óleo obtido no laboratório (73,19%) . O conteúdo de óleo essencial e de linalol no galhos e folhas, mostrou que é rentável a extração de óleo a partir da poda. Além disso, a matéria prima do óleo pode ser obtida de plantios comerciais homogêneos implantados sobre áreas degradadas e/ou ociosas, diminuindo a pressão sobre populações naturais.

ASSUNTO(S)

pau-rosa Óleo essencial solo manejo da copa biomassa recursos florestais e engenharia florestal

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