Policromatismo e stabilimentum em Gasteracantha cancriformis (Araneae, Araneidae): caracterização e as hipóteses da atração de presas e da proteção da teia
AUTOR(ES)
Felipe Malheiros Gawryszewski
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Entre as hipóteses mais discutidas para explicar padrões conspícuos no corpo das aranhas ou decorações em suas teias estão a atração de presas e a proteção da teia. Gasteracantha cancriformis é uma espécie de aranha de teia orbicular, comum no cerrado, que apresenta polimorfismo de cor. Suas cores, bem como o stabilimentum em forma de tufos de seda que são aderidos a sua teia, as tornam aparente na vegetação para os seres humanos. Dessa forma, os objetivos desta dissertação foram: (1) identificar e descrever os morfos de G. cancriformis; (2) analisar o espectro de reflectância desses morfos e dos tufos das teias; (3) testar a hipótese da atração de presas para as cores de G. cancriformis; (4) testar a hipótese da atração de presas para os tufos das teias e (5) testar a hipótese da proteção da teia para os tufos das teias. Foram identificados pelo menos oito fenótipos. Os mais comuns foram o amarelo com espinhos pretos, seguido pelo branco com espinhos pretos e o preto e branco com espinhos pretos. Contrariamente à hipótese da atração de presas, o número de presas presentes na teia, o número de buracos na teia causado por presas e os restos de presas presentes na teia não foram diferentes entre os morfos, nem diferentes em indivíduos que tiveram a coloração manipulada com tinta preta ou amarela. Em laboratório, Drosophila melanogaster não mostrou nenhuma preferência pelos morfos ou por indivíduos pintados. A hipótese da atração de presas também não foi corroborada para os tufos nas teias, pois o número de presas capturadas pelas teias, o número de buracos na teia e o tipo de presas capturadas não diferiram entre teias com tufos pintados de preto e teias com o intervalo entre os tufos pintado de preto, muito embora tenha sido encontrada uma correlação positiva entre número de tufos e número de restos de presa na teia. Em laboratório, D. melanogaster não mostrou nenhuma preferência por fios de seda com ou sem tufos. A hipótese da proteção da teia também não foi corroborada, pois a taxa de destruição das teias foi a mesma independentemente da manipulação experimental. Outras hipóteses são propostas para explicar os padrões de cores e tufos em G. cancriformis.
ASSUNTO(S)
cerrado sinal visual policromatismo ciencias biologicas
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