POTENCIAL ANALGÉSICO DE FLAVONÓIDES: ESTUDO DO MECANISMO DE AÇÃO DA QUERCETINA / ANALGESIC POTENTIAL OF FLAVONOIDS. A STUDY ON THE MECHANISM OF ACTION OF QUERCETIN

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Resultados anteriores obtidos em nossos laboratórios demonstraram que a quercetina, um flavonóide presente em muitas plantas medicinais da flora catarinense, exibiu potente efeito antinociceptivo quando testado em vários modelos animais de dor. O presente estudo teve como objetivo investigar o mecanismo de ação da propriedade antinociceptiva deste flavonóide. Foram utilizados camundongos machos Swiss Webster (25-30g, n= 6-8), submetidos ao modelo de dor induzido pelo ácido acético (AA/0.6%). Neste modelo foram estudados os sistemas: adrenérgico, oxidonitrérgico, dopaminérgico, opióide, GABAérgico, serotonérgico, colinérgico e sistema de glicocorticóides endógenos através da remoção bilateral das adrenais. Também foram utilizados os modelos de dor induzida pelo glutamato e capsaicina com objetivo de investigar a influência dos sistemas glutamatérgico e taquicinérgico respectivamente, na propriedade antinociceptiva do composto. Um grupo de animais também foi submetido ao modelo da placa quente com o objetivo de complementação da investigação do sistema opióide. Os animais foram pré-tratados com antagonistas adrenérgicos a1/prazosin e a2/Yoimbina (0.15mg/Kg), opióde/naloxona (1.0mg/Kg), dopaminérgico/haloperidol (3.0mg/Kg), oxidonitrérgico L-arginina (0.75mg/Kg) serotonérgico/ PCPA (100mg/kg)/metisergida (5.0mg/kg)/cetanserina (1.0mg/kg), colinérgico/atropina (1.0mg/kg), GABAérgico/bicuculina (0.7 mg/kg) ou faclofeno (3.0 mg/kg) 15 min antes da quercetina (10mg/kg) e/ou controles positivos salina e agonistas dos sistemas avaliados, 30 min antes do AA. Nos modelos da capsaicina e glutamato os animais foram pré tratados com a quercetina 30 minutos antes da indução dolorosa com a capsaicina (1.6μ/pata) e glutamato (30μmol/pata). Os resultados demonstraram que o efeito antinociceptivo da quercetina perdura por até 4 horas após sua aplicação. Tal efeito antinociceptivo da quercetina não foi revertido pelos tratamentos de: naloxona, L-arginina, prazosin e atropina, quando comparado aos seus respectivos controles: morfina, L-NOARG, fenilefrina e acetilcolina. Entretanto, houve reversão da antinocicepção induzida pela quercetina pelo tratamento de: yoimbina, PCPA, metisergida, cetanserina, haloperidol, faclofeno e bicuculina. A quercetina também foi efetiva no modelo de capsaicina e glutamato quando comparados com os respectivos controles e, animais que sofreram adrenolactomia tiveram a inibição do efeito antinociceptivo do composto. Até o momento, os dados obtidos ampliam achados anteriores sobre o efeito antinociceptivo da quercetina e sugerem que o mesmo possa estar sendo mediado pelos sistemas taquicinérgico, glutamatérgico, adrenérgico, serotonérgico, glicocorticóides e dopaminérgico, não sofrendo a influência dos sistemas opióide, oxidonitrérgico e colinérgico. Os resultados sugerem que a quercetina pode ter uma aplicabilidade terapêutica em vários processos dolorosos.

ASSUNTO(S)

analgesia farmacologia quercetina mecanismo de ação flavonoides flavonoids farmacia quercetin mechanism of action

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