Preferência alimentar do gastrópodo endêmico Astraea latispina relacionada a defesas químicas de algas bentônicas tropicais brasileiras
AUTOR(ES)
PEREIRA, R. C., PINHEIRO, M. D., TEIXEIRA, V. L., GAMA, B. A. P. da
FONTE
Brazilian Journal of Biology
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-02
RESUMO
A preferência alimentar do gastrópodo endêmico Astraea latispina por macroalgas bentônicas foi avaliada em laboratório com o intuito de evidenciar o papel de metabólitos secundários em sua escolha alimentar. Dentre as macroalgas examinadas, Plocamium brasiliense foi preferencialmente consumida, enquanto Sargassum furcatum e Dictyota cervicornis foram menos consumidas. Os extratos brutos e/ou metabólitos majoritários puros das duas espécies de macroalgas potencialmente produtoras de defesa química (P. brasiliense e D. cervicornis) foram testados em relação à A. latispina. As três concentrações de extrato bruto (50%, 100%: concentração natural, e 200%: peso seco -- ps) de P. brasiliense não inibiram a herbivoria dessa espécie de gastrópodo. Por outro lado, as três concentrações de extrato bruto de D. cervicornis (50%, 100% e 200% ps) inibiram a herbivoria de A. latispina. Constatou-se que a propriedade deterrente do extrato de D. cervicornis em relação ao gastrópodo A. latispina deve-se à mistura dos diterpenos isolinearol/linearol (4:1 -- 0,08% ps). Este é o primeiro relato de que D. cervicornis produz defesa química contra herbívoros, particularmente diterpenos com esqueleto carbônico do tipo secodolastano. Além disso, esses resultados ampliam o espectro de ação dos metabólitos secundários encontrados em espécies desse gênero de alga parda.
ASSUNTO(S)
alga bentônica dictyota cervicornis defesa química herbivoria
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