Carmo, Thais Adriana do, Nitrini, Sandra Maria O. O.
2004A utilização de medicamentos por gestantes deve ser considerada um problema de saúde pública, pois existem inúmeras lacunas sobre suas conseqüências ao feto e à gestante. Os estudos farmacoepidemiológicos podem contribuir para minimizar os riscos inerentes à terapia medicamentosa, traçando um perfil do consumo de medicamentos na gestação, propiciando uma avaliação do serviço e apontando medidas de intervenção. O objetivo deste trabalho foi traçar um perfil de prescrição de medicamentos em gestantes usuárias do SUS de Piracicaba, São Paulo, Brasil, utilizando-se os indicadores de prescrição recomendados pela Organização Mundial da Saúde e a classificação de medicamentos segundo risco ao feto do Food and Drug Administration. Encontrou-se que, na consulta de pré-natal, 44,7% das mulheres receberam prescrição medicamentosa, sendo o grupo de medicamento mais prescrito aquele que atua sobre o sistema hematopoiético (34,9%). Do total, 26,0% dos medicamentos foram incluídos na categoria C de risco ao feto; 1,5% na categoria D e 1,5% na categoria E. Estes dados sugerem uma medicalização da gestação e a necessidade de medidas de intervenção para uma utilização racional dos medicamentos no pré-natal.