Araujo, Maíta Poli de, Kleine, Henrique Truffa, Parmigiano, Tathiana Rebizzi, Gomes, Natalia Tavares, Caparroz, Graziela Pascom, Silva, Ismael Dale Cotrim Guerreiro da, Girão, Manoel João Batista Castello, Sartori, Marair Gracio Ferreira
2014Objetivo : Determinar a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis em mulheres atletas. Métodos : Estudo observacional, de corte transversal, que incluiu 50 mulheres atletas com idade média de 20±3 anos. Realizaram-se colposcopia, coleta de colpocitologia oncótica cérvico-vaginal e pesquisa para Chlamydia trachomatis, papilomavírus humano e Neisseria gonorrhoeae, pelo método do reação de cadeia de polimerase. Amostras de sangue foram obtidas para pesquisa de vírus da imunodeficiência humana, sífilis, hepatite B e C. As atletas que apresentaram doenças clínicas ou laboratorialmente identificáveis receberam tratamento e acompanhamento no serviço. Resultados : Dentre as participantes, 46% relataram desconhecimento acerca das doenças sexualmente transmissíveis. A frequência de doenças sexualmente transmissíveis nas atletas foi de 48% (24 casos). Isoladamente, o papilomavírus humano foi o agente mais frequente (44%). Considerando o tipo de genótipo do papilomavírus humano, o subtipo 16 foi o mais prevalente (53%), seguido do 6-11 (22%) e do 18 (13%). Duas atletas tiveram resultado positivo para C. trachomatis. Não foi diagnosticado nenhum caso de infecção por N. gonorrhoeae, sífilis, hepatite B, hepatite C e vírus da imunodeficiência humana. Contudo, somente 26 atletas haviam sido vacinadas para hepatite B. Conclusão : A prevalência de doenças sexualmente transmissíveis em mulheres atletas foi elevada. Medidas de prevenção primária (vacinação para hepatite B e papilomavírus humano) e secundária (sorologias e colpocitologia) devem ser fornecidas a esse grupo específico de mulheres. O assunto deve ser abordado no meio desportivo.