Professor - intensificação do trabalho e o uso da voz

AUTOR(ES)
FONTE

Audiol., Commun. Res.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013

RESUMO

OBJETIVO: Identificar, por meio de relatos de professores do Ensino Fundamental, condições que interferem, direta ou indiretamente, no seu desempenho vocal e nas circunstâncias do seu trabalho. MÉTODOS: Pesquisa realizada com oito professoras da rede municipal de ensino de São Paulo, em cinco sessões de grupo focal. Os temas disparadores foram: o que é ser professor/a na atualidade, violência e saúde dos professores. As sessões foram gravadas e transcritas, os conteúdos analisados e organizados em categorias e subcategorias, dentro de quatro tópicos: voz, trabalho, violência e inclusão escolar. RESULTADOS: Os professores necessitam falar muito para garantir atenção e resultado do trabalho; trabalhar conteúdos comportamentais e atitudinais; resolver e negociar conflitos; administrar a violência na sala de aula; controlar situações e acalmar as crianças. Há uso intenso e contínuo da voz para outras situações, além da aula. "Gritar" e "falar alto" foram associados a competir com o ruído interno e externo à sala de aula, à quantidade de alunos e a exercer controle imediato sobre imprevisibilidades. A desorganização da rotina (interrupções constantes) sobrecarrega os professores, física e mentalmente. As crianças do programa de inclusão escolar acentuam esses problemas. CONCLUSÃO: A nova regulação das políticas educacionais reestruturou a atividade docente, sobrecarregando e intensificando seu trabalho, precarizando condições laborais e interferindo na sua organização. O professor é solicitado cotidianamente ao uso intenso da voz para resolver situações distintas - além de ministrar a aula - sem possibilidade de descanso e em condições adversas, resultando no adoecimento do corpo e da mente.

ASSUNTO(S)

voz distúrbios da voz docentes educação saúde do trabalhador

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