Prognostic factors in evolution of chronic hepatitis C / "Fatores prognósticos na evolução da hepatite C"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O consumo alcoólico pode levar à deterioração da lesão hepática em pacientes com hepatite C. A progressão da doença na hepatite C crônica depende de vários outros fatores relacionados com o hospedeiro, vírus e o meio ambiente embora os mecanismos patogênicos ainda não sejam bem conhecidos. OBJETIVOS: avaliar os dados demográficos, epidemiológicos, clínicos e bioquímicos dos pacientes com hepatite C crônica em relação ao consumo alcoólico e relacionar as variáveis clínicas, epidemiológicas e bioquímicas em relação às alterações histopatológicas ausente e leve em comparação às intensas. MÉTODOS: Nós estudamos os dados demográficos, clínico-epidemiológicos e laboratoriais comparando-os às alterações histopatológicas em 120 doadores voluntários de sangue com hepatite C, divididos em três grupos de acordo com a ingestão alcoólica: (i) grupo abstêmio: n=41; (ii) grupo consumo alcoólico leve: n=36; (iii) grupo consumo alcoólico acentuado: n=43. Os parâmetros histopatológicos como alterações estruturais ou fibrose, atividade periportal e lobular e infiltrado portal foram graduados de 0 a 4 e divididas em leve (0/1/2) e intensa (3/4). RESULTADOS: Quase 70% dos pacientes eram homens e a maior proporção deles (83,5%) era de alcoolistas (leve e acentuado).Por outro lado, as mulheres eram habitualmente abstêmias (58,5%). Transfusão, como fator de risco para hepatite C foi mais freqüente em abstêmios (p=0,056) enquanto que o uso de drogas predominou no grupo de consumo alcoólico acentuado (p <0,001). Com relação aos grupos, não foram observadas diferenças quando analisados o tempo de ingestão alcoólica, abstinência alcoólica, cirurgia e outros modos de contaminação, níveis séricos de alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, gama-glutamiltransferase, graus de fibrose, atividade lobular e infiltrado portal.Atividade periportal leve foi relevante nos grupos abstêmios e consumo alcoólico leve enquanto a atividade periportal intensa foi maior no consumo alcoólico acentuado (p=0,033). Quando comparamos os diferentes parâmetros histopatológicos, a idade mais avançada foi associada de modo significativo com fibrose (p=0,004), atividade periportal (p=0,001) e infiltrado portal intensos (p=0,001). Valores mais altos de índice de massa corpórea correlacionaram significativamente (p=0,013) com fibrose intensa enquanto maior tempo de ingestão alcoólica foi relacionado com atividade periportal intensa (p=0,001). Níveis de alanina aminotransferase foram maiores significativamente com intensas fibrose (p <0,001), atividade periportal (p=0,031) e atividade lobular (p=0,013), enquanto níveis elevados de aspartato aminotransferase correlacionaram com fibrose (p <0,001), atividade periportal (p <0,001), atividade lobular (p=0,001) e infiltrado portal intensos (p <0,018). Valores de gama-glutamiltransferase foram significativamente maiores com intensas fibrose (p=0,012), atividade periportal (p=0,013 e atividade lobular (p=0,003) e níveis mais altos de imunoglobulina G correlacionaram com intensas fibrose (p=0,040) e atividade lobular (p=0,048). A contagem de plaquetas foi significativamente menor quando comparada com intensas fibrose (p <0,001) e atividade periportal (p=0,049). Análise de regressão logística identificou aspartato aminotransferase e contagem de plaquetas como fatores preditivos independentes de intensa fibrose. CONCLUSÕES: Nosso estudo mostrou correlação entre consumo de álcool e atividade periportal mas não com fibrose que está relacionada com idade, índice de massa corpórea, alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, gama-glutamiltransferase e menor contagem de plaquetas. Níveis de aspartato aminotransferase e contagem de plaquetas foram os melhores fatores preditivos de fibrose intensa

ASSUNTO(S)

predictive value of tests hepatite c crÔnica/patologia prognÓstico prognosis hepatitis c chronic/pathology valor preditivo dos testes blood donors clinical evolution evoluÇÃo clÍnica doadores de sangue

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