Proposta de uma análise logística no agronegócio como fator competitivo para a distribuição e comercialização da soja em grão no estado de Mato Grosso

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar os processos, atividades e fatores que fazem parte dos custos logísticos, que foram analisados nos municípios exportadores de soja grão do estado de Mato Grosso até os portos de exportação. A técnica estatística de análise foi a Regressão Linear Simples, através do método dos Mínimos Quadrados Ordinários, considerando a hipótese da normalidade. Foram testadas duas hipóteses em cada modelo, a hipótese do intercepto ser zero e a hipótese da correlação entre as duas variáveis ser zero. As suposições de normalidade dos resíduos e homogeneidade das variâncias também foram confirmadas. A análise dos modelos detectou algumas relações lineares e não lineares entre as variáveis. Tendo como base o resultado das regressões, a análise da Matriz Origem-Destino dos Nove Roteiros de Escoamento da soja do Mato Grosso até os Portos de Exportação no ano de 2008 e os cenários propostos, inferiu-se que o modal rodoviário obteve o maior momento médio de transporte, seguido do ferroviário e do hidroviário, que são 39% e 61% mais baratos, respectivamente. Os roteiros 1,2,4,5,6,7 e 8, que utilizaram mais de um modal de transporte, demonstram que a intermodalidade e a multimodalidade reduzem os custos de transporte, que impacta diretamente nos custos logísticos. Estes representaram em média 16% do valor FOB da soja em grão do estado de Mato Grosso no ano de 2008. Cerca de 75% da exportação de soja em grão do MT têm seus custos logísticos iguais ou superiores a média do estado. O roteiro 8 foi responsável pelo escoamento de quase metade das exportações e registra o maior percentual dos custos logísticos em relação ao preço FOB. Para os cenários propostos, os resultados obtidos demonstram que caso a Hidrovia Teles Pires-Tapajós estivesse implantada, ligando Sinop (MT) ao porto de Santarém (PA), os custos logísticos para exportar a soja em grão da região central do estado do MT seria 50% inferior ao atual, resultando em ganhos reais a renda dos produtores desta região. Para esta mesma área de influência, a pavimentação da BR-163, ligando Cuiabá (MT) ao porto de Santarém (PA), traria uma redução nos custos logísticos de 15%. Ainda para esta mesma região exportadora, caso a BR-242 e BR-158 estivessem implantadas e pavimentadas, os custos logísticos para exportar a soja em grão pelo porto de Itaqui (MA) seria 18% superior ao atual. Ao considerarmos a exportação da soja em grão do município de Ribeirão cascalheira, os custos logísticos seriam 21,2% inferiores ao praticado no roteiro 7, entretanto o transporte rodoviário neste roteiro é mais longo, justificando seu maior custo total, uma vez que os custos ferroviários são equivalentes. Desta forma, pode-se concluir que a pesquisa atingiu os objetivos de analisar a situação atual das exportações, identificando as dificuldades da logística e estimando a composição de preços logísticos praticados no mercado dos nove roteiros de escoamento da soja em grãos para exportação do estado de Mato Grosso, demonstrando que o transporte é o item da logística que mais influencia nos custos logísticos.

ASSUNTO(S)

export transport custos logísticos soja transporte exportação agronomia logistical costs soybean

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