Propriedades anticoagulantes de duas metaloproteinases, mutalisina I e mutalisina II, isoladas do veneno da serpente Lachesis muta muta

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/05/1997

RESUMO

Dois fatores hemorrágicos, mutalisina I e II (LHF-I e LHF-II), foram isolados do veneno de Lachesis muta muta por processos cromatográficos convencionais de filtração molecular e troca iônica, correspondendo a 12 e 1%, respectivamente, da atividade hemorrágica do veneno. Estes componentes foram caracterizados como metaloendoproteinases contendo zinco e cálcio. LHF-I (100 KDa, dímero) e LHF-II (22,5 KDa, cadeia polipeptídica simples) hidrolisam o fibrinogênio com especificidade Aa >Bb, gerando produtos solúveis e fibrinogênio incoagulável pela trombina. A atividade fibrinogenolítica especifíca foi estimada em 25,5 e 13,0 mg de fibrinogênio/min/mg de enzima para LHF-II e LHF-I, respectivamente. In vitro, as mutalisinas dissolvem coágulos de fibrina bovina e humana por proteólise direta. A análise por SDSPAGE da hidrólise de fibrina pelas duas metaloproteinases mostra que o fator LHF-II (0,22 mM) digere completamente as cadeias a, b e g. Em contraste, o fator LHF-I (0,56 mM) hidrolisa seletivamente a cadeia a da fibrina sem afetar as cadeias b e g. As mutalisinas I e II pertencem ao grupo de fibrinogenases que produzem hemorragia sem formação de coágulo. Diferentemente dos agentes usados na terapia trombolítica, tais como a streptokinase, LHF-I e LHF-II não ativam o plasminogênio. A mutalisina II não ativa a proteína C plasmática e não inibe a agregação plaquetária induzida pelo colágeno ou ADP. As metaloproteinases hemorrágicas, além de ação direta sobre as paredes dos capilares devem afetar outros componentes do sistema hemostático, cuja evolução pode levar à hemorragia fatal e aos eventos tromboembólicos observados nos acidentes causados por -serpentes-.

ASSUNTO(S)

bioquímica e imunologia teses.

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