Proteína C-Reativa Prediz Eventos Cardiovasculares Após Infarto do Miocárdio com Elevação do ST?

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Cardiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/06/2014

RESUMO

Fundamento: A associação entre proteína C-reativa ultrassensível e eventos cardiovasculares maiores recorrentes em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST submetidos à intervenção coronariana percutânea primária é controversa. Objetivo: Verificar se a proteína C-reativa ultrassensível está associada a risco aumentado de eventos cardiovasculares maiores, como morte, insuficiência cardíaca, reinfarto e nova revascularização, em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST tratados com intervenção coronariana percutânea primária. Métodos: Coorte prospectiva, incluindo 300 indivíduos maiores de 18 anos admitidos em um centro terciário com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST submetidos à intervenção coronariana percutânea primária. Utilizou-se instrumento contendo variáveis clínicas e escores de risco TIMI e GRACE, além da proteína C-reativa ultrassensível analisada por nefelometria. Os pacientes foram acompanhados na internação e até 30 dias após o infarto para a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores recorrentes. Na análise estatística, foram utilizados os testes t de Student, Mann-Whitney, qui-quadrado e regressão logística. O valor de p ≤ 0,05 foi considerado significativo. Resultados: A média de idade foi de 59,76 anos, sendo 69,3% do gênero masculino. Não houve associação estatisticamente significativa entre proteína C-reativa ultrassensível e eventos cardiovasculares maiores recorrentes (p = 0,11). No entanto, a proteína C-reativa ultrassensível foi associada a óbito em 30 dias, de forma independente, quando ajustada para o escore TIMI (razão de chances de 1,27; intervalo de confiança de 95% de 1,07-1,51; valor de p = 0,005) e GRACE (razão de chances de 1,26; intervalo de confiança de 95% de 1,06-1,49; valor de p = 0,007). Conclusão: Embora a proteína C-reativa ultrassensível não tenha sido preditora de eventos cardiovasculares maiores combinados até o 30° dia de evolução de infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST, em pacientes submetidos à angioplastia primária e implante de stent, ela foi um preditor independente de mortalidade em 30 dias.

ASSUNTO(S)

proteína c-reativa infarto do miocárdio / mortalidade eletrocardiografia diagnóstico prognóstico

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