Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
2023O uso de estatinas no adulto com dislipidemia como prevenção secundária de eventos cardiovasculares (pacientes com infarto de miocárdio prévio ou em alto risco para evento cardíaco isquêmico, como aqueles com angina, procedimento cirúrgico coronariano prévio ou estenose arterial coronariana) está associado a redução de mortalidade total e de eventos cardiovasculares1. Para prevenção primária de eventos cardiovasculares, o uso de estatinas parece também ser benéfico nos grupos de maior risco2.
No caso específico do adulto idoso, um único ensaio clínico randomizado foi encontrado analisando o efeito do tratamento da dislipidemia (considerado LDL>135) na prevenção secundária de eventos cardiovasculares (incluídos indivíduos com história de doença arterial coronariana, doença arterial periférica, diabetes melitus ou ainda homem em tratamento para HAS). Este demonstrou que o uso de 40 mg/dia de sinvastatina em indivíduos com idade superior a 70 anos reduziu consideravelmente a mortalidade total e o número de eventos cardiovasculares, com a mesma intensidade obtida para indivíduos de faixas etárias menores3(A).
Não foi encontrada nenhuma evidência de risco adicional quanto ao uso de sinvastatina (efeitos tóxicos) para idosos.
A diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre dislipidemias também afirma que nos idosos (>65 anos) em prevenção secundária, mantém-se as mesmas recomendações feitas aos demais pacientes. Naqueles em prevenção primária, embora as evidências sejam preliminares, o tratamento com estatinas pode ser benéfico na prevenção de eventos coronários, acidentes vasculares cerebrais e preservação da função cognitiva4(D).