Qualidade de vida e fatores de risco cardiovascular modificáveis em enfermeiros da Estratégia Saúde da Família

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/12/2011

RESUMO

Este estudo analisou a associação entre qualidade de vida e fatores de risco cardiovascular modificáveis em enfermeiros que atuam nas equipes da Estratégia Saúde da Família de Fortaleza. Trata-se de estudo analítico, transversal, quantitativo, realizado com 243 enfermeiros de saúde da família, cuja coleta de dados de seu de junho a outubro de 2011, por meio de formulário e questionário de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-100). Os fatores de risco cardiovascular foram verificados por meio da aferição da pressão arterial, do índice de massa corpórea, da circunferência abdominal, da relação cintura-quadril, da glicemia capilar, do colesterol total, do HDL-colesterol, dos triglicerídeos, do nível de estresse, da prática de exercício físico e do tabagismo. Os dados foram tabulados em banco de dados do programa Predictive Analitycs Software for Windows versão 17.0 e analisados por meio de estatística descritiva e analítica. Os resultados apontaram que entre os enfermeiros predominaram as mulheres, na faixa etária entre 28 e 30 anos, pardas, que residiam com companheiro, com titulação correspondente à especialização, com renda pessoal mensal de cerca de 13,5 salários mínimos e familiar de 21,2 salários, que trabalhavam por 60 horas semanais. Apesar de informarem que o volume de trabalho era excessivo, houve predominância de enfermeiros que avaliou como bom ou excelente o clima de trabalho e estavam bastante satisfeitos com as atividades que executavam. A avaliação da qualidade de vida revelou menores escores no domínio físico e na avaliação global da qualidade de vida, enquanto o domínio relativo aos aspectos espirituais, religião e crenças pessoais apresentou a maior média de pontuação. O sobrepeso/obesidade esteve associado ao sexo feminino, valores de circunferência abdominal normais e sedentarismo estiveram associados a ambos os sexos e valores de pressão arterial alterados estiveram associados ao sexo masculino. A faixa etária de 28-30 anos esteve associada ao sobrepeso/obesidade, à relação cintura-quadril alterada e ao sedentarismo. Cor da pele parda esteve associada à pressão arterial dentro dos parâmetros de normalidade, estado civil casado(a) ou em união consensual esteve associado ao excessivo nível de estresse, bem como a titulação de especialista também esteve associada a esse nível de estresse. O uso de meio de transporte próprio para se deslocar até o trabalho esteve associado à circunferência abdominal alterada. O tempo decorrido entre a saída de casa até a chegada ao trabalho esteve associado ao nível de estresse. Ter um vínculo empregatício além da Estratégia Saúde da Família esteve associado ao nível mais alto de estresse, bem como ao sedentarismo. A carga horária semanal de trabalho equivalente a 60 horas e o ingresso na atenção primária em 2006-2008 estiveram associados a alto nível de estresse. Baixos escores médios do domínio físico do WHOQOL-100 estiveram associados a excessivo estresse e ao sedentarismo, enquanto baixo escore médio da avaliação global da qualidade de vida foi relacionado ao alto nível de estresse somente. Além disso, altos escores desses domínios também estiveram associados a menores medidas de índice de massa corpórea, de pressão arterial e de circunferência abdominal entre os enfermeiros. Concluiu-se que a qualidade de vida dos enfermeiros (baixos escores do domínio físico e de avaliação global da qualidade de vida) apresentou associação estatística significativa com algumas variáveis relativas aos fatores de risco cardiovascular modificáveis investigados.

ASSUNTO(S)

fatores de risco. qualidade de vida saúde do trabalhador enfermagem enfermagem

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