Quantificação relativa dos níveis transcricionais dos genes LSP1 e RNASEL em tecido prostático e sangue periférico de pacientes com câncer de próstata e hiperplasia prostática benigna

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Vários estudos têm sido realizados na tentativa de descobrir novos biomarcadores capazes de diferenciar o câncer de próstata da hiperplasia benigna, com objetivo de auxiliar ou mesmo suplantar os métodos de triagem diagnóstica atual, níveis de PSA total sérico e o exame de toque retal, principalmente por suas deficiências. Este estudo teve como objetivo avaliar, por PCR em tempo real, o potencial dos genes LSP1 (Leukocyte Specific Protein 1) e RNASEL (Ribonuclease L 2,5 oligoisoadenilato sintetase dependente) como biomarcadores para o câncer de próstata em amostras de tecido e sangue periférico de pacientes com CaP, HPB e de sangue de voluntários saudáveis (grupo controle); e verificar sua eficiência como possível método complementar de diagnóstico para essa doença. A partir de uma triagem de 630 homens, foram selecionados 170 indivíduos com mais de 45 anos e com exame de toque retal suspeito e/ou PSA >2,5 ng/mL, sendo indicados à biópsia prostática. Dentre estes, 60 pacientes foram diagnosticados com câncer de próstata (CaP) e 30 com hiperplasia prostática benigna (HPB). Adicionalmente, um grupo de 60 homens voluntários saudáveis com idade média de 22 anos foi utilizado como grupo controle. O RNA total dessas amostras foi extraído e convertido em cDNA e os níveis transcricionais de ambos os biomarcadores foram obtidos por quantificação relativa na PCR em tempo real. O cutoff de todas as análises foi estabelecido a partir da curva ROC. Não houve diferença estatística nos níveis de expressão em tecido prostático, contudo, os níveis relativos dos genes LSP1 e RNASEL no sangue periférico, analisados individualmente para um cutoff de 1.79 e 1.25, apresentaram, respectivamente, chances 3,5 vezes maiores para a ocorrência de HPB quando comparado ao CaP e 3,2 para a ocorrência do CaP em comparação à HPB. O uso combinado destes marcadores apresentou chances 4,5 vezes maiores para a ocorrência do CaP quando comparado à HPB; com 80% de sensibilidade, 96% de especificidade e 91% de acurácia, utilizando os mesmos valores de cutoff. Este é o primeiro relato da aplicação destes dois genes no diagnóstico do câncer de próstata, e também a primeira vez que se usa dois genes com aplicações contrastantes, sendo que o LSP1 detecta principalmente o HPB e o RNASEL detecta o câncer, e juntos têm a capacidade de discriminar os casos de câncer de próstata com 91% de precisão. Esses fatos demonstram seu potencial de aplicabilidade na prática clínica, com redução das biópsias negativas e sem causar desconforto aos pacientes.

ASSUNTO(S)

genética molecular ciencias da saude próstata - câncer próstata - hipertropia

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