"qui... o quê?": uma etnografia da categoria quilombola no Rincão da Cruz

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A partir do fluxo de relações sociais vividas pelo etnógrafo, por aproximadamente dois anos, tempo de um trabalho intermitente de pesquisa com a comunidade quilombola‟ do Rincão da Cruz (pequeno aglomerado de pessoas, no interior no município de Pelotas, RS, ao sul do Brasil), o presente texto procura, primeiramente, demonstrar as estratégias discursivas desenvolvidas pelas pessoas que realizam esta comunidade quilombola‟, contemplando seus desejos, ao considerarem o código jurídico-administrativo, segundo seu discurso institucional, onde ele remonta à categoria remanescentes de quilombo‟. Através desta percepção de desejos, emerge uma gradação instancial no intervalo entre demanda social e demanda jurídico-administrativa, este, posto por aquela categoria em seu contexto de criação, a saber, a máquina estatal. Em um segundo momento, o texto procura operar uma síntese das dissonâncias internas produzidas pela aproximação daquela teoria etnográfica da gradação, explicitada no início deste texto, à idéia de uma separação radical e perene entre as demandas anteriormente nomeadas ponto de vista teórico que aparece como matéria incorporada‟ no livro Mocambo: Antropologia e História do Processo de Formação Quilombola, de José Maurício Arruti. Ao final, uma espécie de dobra sobre as duas primeiras partes do texto, apresenta e desenvolve questões suscitadas durante o processo de pesquisa. A partir da experiência vivida, o etnógrafo pôde perceber e compreender realmente o seu próprio interesse de pesquisa, por outro lado, foi também a experiência vivida que permitiu ao etnógrafo a possibilidade de apreensão do desejo dos outros como motor de sobrecodificações, tudo isto, tendo o corpo como um instrumento etnográfico possível.

ASSUNTO(S)

relation ethnographique código jurídico-administrativo quilombola surcodification instantiel code juridico-administratif quilombola désir desejo antropologia das populacoes afro-brasileiras sobrecodificação instancial relação etnográfica

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