Redução do biofilme de Streptococcus mutans sobre um material restaurador dentário modificado com nanopartículas de prata estudo in vitro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A bactéria Streptococcus mutans é uma das principais espécies iniciadoras do biofilme dentário e está relacionada à etiologia da cárie. Atualmente surgem muitos estudos que buscam novas maneiras de reduzir a adesão bacteriana e a formação de biofilme sobre biomateriais, com a finalidade de prevenir a ocorrência de infecções e a transmissão de doenças, tais como o uso de nanopartículas de prata incorporadas nestes materiais. Porém poucos são os estudos que investigam os benefícios destas partículas em materiais que são empregados dentro da cavidade bucal. O principal objetivo desta pesquisa foi comparar a formação do biofilme desta espécie bacteriana sobre a resina composta fotopolimerizável em sua forma comercial atual e uma resina composta experimental, onde foram acrescentadas nanopartículas de prata, que são bactericidas, utilizando um método de contagem de células viáveis recuperadas dos biofilmes. Foram produzidos corpos de prova cilíndricos, de 4 mm de altura e base circular de 4 mm de diâmetro, de resina e de resina com nanopartículas em três concentrações diferentes, 0,1, 0,3 e 0,6% em massa. Eles foram incubados em meio de cultura líquido com sacarose, contendo cerca de 108 UFC/ml, para que ocorresse a adesão bacteriana e a formação de biofilme, in vitro. A contagem de células viáveis provenientes dos corpos de prova foi feita após a desagregação dos biofilmes sobre eles aderidos em cuba ultrassônica, e foi realizada após 1 dia, 4 dias, e 7 dias de incubação. Considerando-se a média e desvio padrão dos valores, os resultados mostraram que sobre as resinas experimentais com as concentrações de 0,3 % e 0,6 % em massa de nanopartículas de prata, o número de células bacterianas aderidas foi menor do que na resina não modificada, sem prata, e também menor do que na resina a 0,1 %, nos 3 períodos de incubação estudados. A eletromicrografia de varredura do biofilme de S. mutans aderido sobre a superfície de cada corpo de prova foi realizada também após os mesmos intervalos de tempo, e permitiu a análise morfológica das células e da estrutura dos conjuntos celulares aderidos às superfícies. Foi realizado um ensaio de compressão para verificar se a inclusão das nanopartículas bactericidas na resina não prejudica o desempenho mecânico da mesma. Os resultados deste ensaio mostraram que, em comparação com a resina não modificada, a resina com a concentração de 0,3 % de nanopartículas teve um melhor desempenho mecânico em compressão, e a resina com a concentração de 0,6 % um desempenho pior. Concluiu-se que as resinas compostas com 0,3% de nanopartículas de prata são vantajosas para a aplicação clínica, pois se apresentaram como um material menos favorável à adesão bacteriana, sem prejuízo à sua resistência mecânica. Podem portanto beneficiar os pacientes, auxiliando na prevenção das cáries recidivantes, que ocorrem ao redor das margens de restaurações, e na manutenção de uma boa condição de higiene bucal.

ASSUNTO(S)

nanopartículas de prata microbiologia biofilme streptococcus mutans

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