Relação entre a Classificação Clínica de White e a Histopatologia das Placentas de Gestantes Diabéticas
AUTOR(ES)
Calderon, Iracema de Mattos Paranhos, Lima, César Pereira, Rudge, Marilza Vieira Cunha, De Napoli, Gilberto, Jeckel Neto, Emílio Antonio, Ramos, Maria Delgi
FONTE
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2000-08
RESUMO
Objetivo: analisar a relação entre a classificação clínica de White e as alterações histopatológicas de placentas de gestantes diabéticas, comparando, de forma qualitativa, as alterações histopatológicas de placentas de gestantes não-diabéticas e diabéticas gestacionais (classes A e A/B), clínicas de curta duração (classes B e C) e clínicas com vasculopatia (classes D a FRH), no termo e no pré-termo, e de acordo com a qualidade do controle glicêmico na gestação. Pacientes e Métodos: foram colhidas amostras de placentas de todas as gestantes diabéticas, atendidas entre 1991 e 1996 na Maternidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, coradas pela técnica de hematoxilina-eosina e submetidas a exame histopatológico. A qualidade do controle glicêmico foi analisada pela média glicêmica da gestação e classificada em adequada e inadequada, com limite de 120 mg/dl. A idade da gestação foi individualizada em termo e pré-termo. Resultados: observou-se que 42 recém-nascidos (43,3%) eram de termo e o restante, de pré-termo (56,7%). O índice de prematuridade foi maior nas diabéticas clínicas (classes B e C; D a FRH). Algumas alterações histopatológicas só foram encontradas em placentas de gestantes diabéticas: degeneração cistóide, edema corial, edema da íntima, dismaturidade, hiperplasia das células de Hofbauer, vilite, células fantasmas, dois vasos no cordão umbilical e endarterite. Conclusões: as alterações histopatológicas de placentas de gestantes com diabete gestacional (classes A e A/B), clínico de curta duração (classes B e C) e clínico com vasculopatia (classes D a FRH) foram semelhantes às das não-diabéticas e, portanto, independeram da classificação clínica de White. As alterações histopatológicas de placentas de gestantes diabéticas não se relacionaram com a idade gestacional ao nascimento e com a qualidade do controle glicêmico materno. A comparação entre as alterações histopatológicas e a elevada proporção de recém-nascidos pré-termo nas diabéticas clínicas, classes D a FRH, sugerem amadurecimento placentário precoce nas diabéticas clínicas com vasculopatia.
ASSUNTO(S)
diabetes mellitus placenta prematuridade
Documentos Relacionados
- Peso, volume e densidade absoluta de placentas de gestantes diabéticas, hipertensas e de baixo nível socioeconômico e a repercussão no resultado perinatal
- Heterogeneidade clínica e coexistência das neuropatias diabéticas: diferenças e semelhanças entre diabetes melito tipos 1 e 2
- Gestantes diabéticas: compreensão clínica e consultas terapêuticas
- Ações de enfermagem no cuidado a gestantes diabéticas
- Avaliação do conhecimento das gestantes quanto à relação entre alterações bucais e intercorrências gestacionais