Relação entre hábito alimentar e síndrome do aspectro autista / Relationship between food habits and autistic spectrum

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O autismo é uma síndrome que afeta todas as áreas do comportamento humano. Sua etiologia não está definida. Os estudos descreveram uma associação do autismo com diversas anormalidades fisiológicas entre elas, distúrbios relacionados ao metabolismo proteico. A teoria do excesso de peptídeos opioides afirma que o consumo de glúten e caseína pode intensificar o comportamento da síndrome do espectro autista. Outra hipótese é de que distúrbios do metabolismo da creatina também estão integrados à doença. Os objetivos desse estudo foram: avaliar a variedade e a frequência de alimentos consumidos por autistas, bem como a adequação desse consumo; avaliar as alterações do metabolismo da creatina; desenvolver testes preliminares para determinar as condições mais adequadas para a identificação e possível quantificação dos peptídeos opioides derivados do glúten e da caseína por HPLC. Para atingir esses objetivos foi elaborada uma anamnese nutricional, contendo questões sobre características sócio-demográficas das famílias dos autistas participantes, histórico pessoal de doenças, comportamento autista durante as refeições, e levantamento de hábito alimentar. Para caracterizar o quadro clínico da população foi realizada uma avaliação psicológica com aplicação do método quantitativo Childhood Autism Rating Scale (CARS) e a identificação de presença de retardo mental foi através de levantamento de avaliação clínica existente, feita por equipe multidisciplinar das instituições participantes. A concentração de creatinina na urina dos autistas e grupo controle formado por parentes do mesmo sexo foi determinada pelo método de Jaffé. Os resultados sobre a caracterização da população indicaram que 1/3 dos pais de autistas possuem baixa escolaridade e 60% renda familiar na faixa de 2 a 4 salários mínimos. Segundo o método de avaliação CARS 64% dos autistas são casos graves. A renite alérgica é a patologia de maior prevalência na população estudada. Em média 60,71% dos autistas apresentam sintomas gástricos, sendo o mais frequente a flatulência (39,90%). O registro sobre comportamento alimentar identificou que 50% dos autistas expressam o comportamento de comerem muito rápido e 46,43% consomem porções exageradas de alimentos. Esse fato influência diretamente o hábito alimentar. A avaliação de adequação de consumo de nutrientes revelou que 57,14% têm o consumo de energia superior ao recomendado e baixo consumo de fibras, ácido ascórbico e cálcio. As análises de concentração de creatinina revelaram que os valores são significativamente inferiores em crianças autistas e do grupo controle formado por parentes distantes e que são similares quando comparado com grupo formado por seus pais. As análises iniciais por cromatografia líquida de alta performance evidenciam que dos dois métodos desenvolvidos o codificado como número 2 é mais eficiente do que o número 1, pois consegue distinguir os picos de todos os padrões de peptídeos testados e que o protocolo inicial para a extração de peptídeos opioides em fase sólida deve ser revisto.

ASSUNTO(S)

autism autismo cromotografia líquida de alta eficiência diet dieta food habits hábitos alimentares high performance liquid chromatography peptídeos. peptides.

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