Relações interorganizacionais e confiança no setor da carcinicultura: um estudo de caso na camanor produtos marinhos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente estudo investigou de que forma os tipos de confiança, baseados na competência e na boa vontade, atuam na formação e manutenção das relações de cooperação entre a Camanor e seus parceiros (Aquatec, Purina, Caçuá, Uvifrios e Malta/Cleyton). Utilizou-se de abordagens organizacionais sobre redes baseadas, fundamentalmente, nos estudos de Powell (1987, 1990), Das e Teng (2000; 2001), Child (2001) e Contractor e Lorange (2004) que têm descrito sobre as vantagens que os relacionamentos cooperativos podem proporcionar, bem como os seus limites como estruturas alternativas de governança. A confiança tem sido considerada um importante fator que afeta as ações e o desenvolvimento das organizações envolvidas em redes ou alianças estratégicas (ZAHEER; HARRIS, 2006) e é o mecanismo mais apropriado de controle nestas situações (SYDOW, 1998). A confiança é analisada a partir de duas abordagens diferentes: a econômica e a sociológica (ZAHEER; HARRIS, 2006). Para facilitar o entendimento da confiança, algumas tipologias têm sido criadas, como as propostas por Barney e Hansen (1994), Lane (1998), Das e Teng (2000), Child (2001) e Wever, Martens e Vandenbempt (2005). Para realização da pesquisa, adotou-se o estudo de caso conforme proposição de Yin (2005). Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com roteiros pré-determinados, em única fase, realizada no início de 2008. Os sujeitos da pesquisa foram proprietários e/ou responsáveis da Camanor e das empresas parceiras (Aquatec, Purina, Caçuá, Uvifrios e Malta/Cleyton). Também foram coletados dados secundários em diversos sites relacionados ao setor e das empresas estudadas, além de dados coletados por estudos anteriores realizados pelo CARCINEREDES (2006). Os dados primários foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo, proposta por Bardin (1994). No que se refere aos dados secundários, estes foram analisados qualitativamente segundo a técnica de análise documental (BARDIN, 1994). Assim, através dos dados coletados, pôde-se concluir que, embora haja, nas relações, a confiança baseada na boa fé (UZZI, 1998; DAS; TENG, 2001), sua presença não determina a formação e/ou manutenção de uma parceria; atua apenas de maneira a facilitar as relações, tornando-as mais flexíveis. A confiança baseada na competência (DAS; TENG, 2001) influenciou a formação e manutençao das relações estudadas porque, para firmar ou não uma relação com outra organização, utiliza-se como base a percepção de como o parceiro age, ou seja, a reputação (imagem). E, também, é por meio das verificações do desempenho das atividades da empresa parceira que irá se determinar a continuação ou não da parceria

ASSUNTO(S)

administracao confiança trust redes networks

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