Repercussões da prematuridade na estrutura musculoesquelética torácica na adolescência / The impact of the prematurity on the thoracic musculoskeletal structure in adolescence

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/04/2011

RESUMO

Objetivo: Analisar as características musculoesqueléticas da caixa torácica em adolescentes de 10 a 15 anos de idade nascidos prematuros e em adolescentes nascidos a termo de mesma faixa etária. Método: Estudo transversal realizado no período de 12/2007 a 12/2009 com adolescentes de 10 a 15 anos de idade divididos em dois grupos. Grupo prematuro: adolescentes nascidos com idade gestacional <37 semanas e peso <2000g, acompanhados no Ambulatório de Seguimento Multidisciplinar de Prematuros da Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo; Grupo controle: adolescentes nascidos a termo e saudáveis. Foram excluídos adolescentes prematuros que apresentavam malformações, doenças neuromusculares e cromossômicas ou comprometimento neurológico grave. Os adolescentes nascidos prematuros foram pareados com os nascidos a termo por sexo e idade cronológica. Os adolescentes foram fotografados em trajes de banho, focalizandose o segmento cefálico e torácico. A seguir, as imagens foram analisadas por meio de um programa de computador denominado SAPO para medidas dos ângulos: Acrômio direito/manúbrio do esterno/acrômio esquerdo (elevação das clavículas); Manúbrio do esterno/acrômio direito/trapézio direito (elevação do ombro direito); Manúbrio do esterno/acrômio esquerdo/trapézio esquerdo (elevação do ombro esquerdo); Sétima vértebra cervical/terceira vértebra torácica/linha perpendicular ao solo (protrusão da cabeça). Foi também avaliada a medida laterolateral e anteroposterior do tórax e a relação entre elas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo/Hospital São Paulo, sendo solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais/responsáveis. Resultados: Foram incluídos 57 adolescentes nascidos prematuros (idade gestacional: 32,02,8 semanas; peso ao nascer: 1462338g; 41,9% do sexo masculino), pareados com 57 adolescentes nascidos a termo (peso ao nascer: 3342430g; 41,9% do sexo masculino). No momento da inclusão no estudo, os adolescentes de ambos os grupos eram semelhantes em relação às características demográficas, clínicas e comportamentais que poderiam interferir na conformação da caixa torácica. Houve uma tendência do ângulo correspondente à elevação das clavículas ser menor no prematuro (172,87,0o vs. 175,27,9o; p=0,083). Já o ângulo que representa a elevação do ombro esquerdo (22,75,4o vs. 20,45,4o; p=0,028) e do ombro direito (22,24,4o vs. 18,55,8o; p<0,001) foram maiores nos prematuros, comparados ao grupo controle. A protrusão da cabeça foi menor nos nascidos prematuros (27,86,3o vs. 32,57,7o; p=0,001). A medida laterolateral (22,92,3cm vs. 25,23,4cm; p<0,001) e a medida anteroposterior do tórax (19,72,2cm vs. 21,33,4cm; p=0,002) foram menores nos prematuros, mas a relação entre tais medidas (1,170,08 vs. 1,190,10; p=0,179) foi semelhante nos dois grupos. Os adolescentes nascidos prematuros de muito baixo peso (n=33), comparados aos prematuros nascidos com peso >1500g (n=30), apresentaram maior ângulo de elevação do ombro direito (24,14,2o vs. 20,33,8o, p<0,001) e de ombro esquerdo (25,35,4o vs. 20,24,0o; p<0,001). À análise de regressão linear múltipla, controlado para idade gestacional <37 semanas, peso ao nascer <1500g, ventilação mecânica >5 dias e oxigenoterapia >15 dias o grau de elevação do ombro aumentou 4,41o (IC 95%: 2,23-6,60; p<0,001) em adolescentes com peso ao nascer inferior a 1500g e 5,56o (IC 95%: 1,40-9,72; p=0,009) se foi submetido a mais de cinco dias de ventilação mecânica no período neonatal. Conclusões: Os adolescentes nascidos prematuros apresentaram maior elevação de ombro, menor protrusão da cabeça e menor dimensão do tórax no sentido laterolateral e anteroposterior em relação aos nascidos a termo. A elevação do ombro foi ainda maior nos prematuros de muito baixo peso, comparados aos nascidos com peso ao nascer igual ou superior a 1500g.

ASSUNTO(S)

fisioterapia fotogrametria adolescente prematuro tórax pediatria physiotherapy photogrammetry adolescent infant premature thorax

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