REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E VULNERABILIDADES DE MULHERES NO CONTEXTO DA AIDS / SOCIAL REPRESENTATIONS AND VULNERABILITY WOMEN IN THE CONTEXT OF AIDS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/03/2010

RESUMO

O aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento da população, as descobertas científicas para melhorar a atividade sexual, resistência ao uso de preservativo e a feminização da epidemia de infecção pelo HIV/aids tornam a população de mulheres com 50 anos ou mais, vulnerável a essa infecção e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), sinalizando a ausência de esforços voltados à prevenção dessa parcela da população. Com este estudo objetivou-se apreender as representações sociais sobre sexualidade elaboradas por mulheres com 50 anos ou mais, portadoras do HIV/AIDS, comparando-as com as representações de mulheres com 50 anos ou mais sem o diagnóstico da infecção e analisar marcadores de vulnerabilidade identificados nos dois grupos, de acordo com as dimensões individual, programática e social. Trata-se de pesquisa exploratória e descritiva, fundamentada na Teoria das Representações Sociais (TRS). A pesquisa foi desenvolvida em duas instituições públicas, na cidade de Fortaleza/CE. Participaram do estudo 44 mulheres. Destas, 22 com diagnóstico de HIV/aids e 22 sem esse diagnóstico. Na coleta de dados foram utilizadas a entrevista semiestruturada e a observação assistemática. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo temática, fundamentados nos pressupostos de Bardin. Os marcadores de vulnerabilidade foram identificados e analisados de acordo com as dimensões individual, social e programática. A análise de conteúdo revelou oito categorias simbólicas: concepções sobre o HIV/aids; percepções sobre o HIV/aids; percepções de si mesma; causas do HIV/aids; percepções sobre sexualidade; vivências da sexualidade; percepções psicoafetivas e além do HIV/aids. A aids é representada como doença que maltrata, gera sofrimento e leva à morte. Além disso, o convívio com a mesma é permeado de angústia, estigmas, dificuldades socioeconômicas, rompimento dos vínculos afetivos, culpa e medo. A sexualidade tem como representação social sexo compartilhado, irresponsabilidade, dor e sacrifício para as mulheres com diagnóstico. Já as mulheres sem diagnóstico apresentam como representação social sexo compartilhado, mas, com amor e responsabilidade. Concluímos esse estudo, com a percepção de que, diante dos resultados obtidos, é indispensável a criação de espaços de escuta nos serviços de saúde e a capacitação dos profissionais de saúde que prestam cuidados a estas pessoas, em especial os enfermeiros, para que a orientação quanto às DST/aids possa ser praticada de forma efetiva e sem preconceitos, a fim de que as vulnerabilidades apontadas neste estudo sejam atenuadas. Reforçamos a necessidade da implementação de estratégias que empoderem a mulher com 50 anos ou mais, veiculando campanhas que alcancem essas pessoas, respeitando os aspectos socioculturais inerentes a essa população. Dessa forma, será permitido que essa mulher seja agente ativo e atuante na transformação de suas próprias condições de vida e saúde.

ASSUNTO(S)

vulnerabilidade hiv síndrome da imunodeficiência adquirida enfermagem vulnerability saúde da mulher hiv acquired immune deficiency syndrome

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