Residência médica : a lógica de um processo de formação
AUTOR(ES)
Paulo Roberto Muller
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Trata-se de um estudo exploratório, que através de revisão bibliográfica e análise de respostas obtidas por questionário, incursiona por um assunto ainda pouco estudado em nosso meio. São analisados aspectos sociais, culturais e econômicos que influenciam a escolha de uma especialidade médica, conhecida por Residência Médica, por parte de estudantes do sexto ano de duas faculdades de Medicina, em Porto Alegre e região metropolitana, no Rio Grande do Sul. Na confecção do questionário foram constituídas cinco grandes áreas de possível influência sobre os alunos, denominados: Tecnicismo/Biologicismo, Remuneração, Altruísmo/Ideologias, Influência Acadêmica e Influência Familiar. Entre os objetivos, correlacionou-se as opções mais pretendidas pelos alunos com as diretrizes e prioridades do MEC para a Residência Médica, bem como foram sugeridas propostas para contribuir no debate de aperfeiçoamento curricular e nas estratégias de maximização dos esforços de qualificação profissional nos espaços de formação e atuação médica. Responderam ao questionário 164 alunos do sexto ano da UFCSPA ¿ Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e ULBRA ¿ Universidade Luterana do Brasil. Verificou-se que as áreas mais generalistas da Medicina, são menos pretendidas, em detrimento às áreas de subespecialização, sendo apresentada uma análise sobre este quadro. Existe uma tendência de predomínio de mulheres no curso médico, sendo que as especialidades de Cirurgia e Traumatologia /Ortopedia estão significativamente associadas com homens, enquanto que Pediatria, Medicina Interna e Pediatria estão associadas com mulheres. Encontrou-se uma associação positiva entre ter menos de vinte e cinco anos de idade e optar por Cardiologia ou Radiologia, bem como ter pais com nível superior e renda entre 11 e 20 salários mínimos e optar por Otorrinolaringologia. A grande maioria dos alunos (>96%) são brancos, solteiros e não possuem filhos. Conclui-se que são necessários mais esforços, por parte das instituições governamentais, para atrair a atenção dos jovens médicos, para a área da Atenção Primária.
ASSUNTO(S)
internato e residência comportamento de escolha condições sociais economia características culturais
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/30944Documentos Relacionados
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