Resposta à fertilização nitrogenada e estoque de nitrogênio biodisponível em solos usados para plantações de Eucalyptus / Response to nitrogen fertilization and stock of available nitrogen in soils used in eucalyptus crops.
AUTOR(ES)
Ana Paula Pulito
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Apesar do N ser o nutriente requerido em maiores quantidades pelas plantas superiores, vários pesquisadores tem observado que raramente as plantações de Eucalyptus respondem a fertilização nitrogenada nas regiões sob condições tropicais e subtropicais. Esta falta de resposta, provavelmente, é porque dentre as fontes de N, a mineralização do N orgânico, ao longo do ciclo da cultura, seja a fonte principal e suficiente para atender a demanda das árvores. Porém, devido ao esgotamento das reservas de N orgânico potencialmente mineralizável, espera-se que as florestas manejadas intensivamente respondam à fertilização nitrogenada após vários ciclos de cultivo. O presente estudo teve como objetivo avaliar (a) o teor de N potencialmente mineralizável (N0) em solos usados para plantações de eucalipto em São Paulo; (b) a resposta à fertilização nitrogenada em diferentes estádios de desenvolvimento dessas plantações; (c) a relação de N0 com a resposta à fertilização nitrogenada; (d) a eficiência do uso de atributos edáficos correlacionados com N0 para predizer a resposta à fertilização nitrogenada. Onze experimentos de fertilização, incluindo taxas de aplicadas de até 240 kg ha-1 de N foram estabelecidos em plantações experimentais de E. grandis ou E. grandis x urophylla de diversos sítios, em diferentes estádios de crescimento, no estado de São Paulo, Brasil. Os sítios possuem precipitação média anual entre 1200 a 1500 mm por ano, concentradas principalmente no verão-outono, com temperatura média anual de 20-21ºC. A maioria dos experimentos está sob os solos Latossolo Vermelho e Vermelho-Amarelo e Neossolo Quartzarênico, compreendendo uma ampla faixa de teores de matéria orgânica (18 a 55 g kg-1) e de argila (80 a 670 g kg-1), na camada de 0-20 cm. A mineralização de N foi mensurada em laboratório, pelo método químico de incubação anaeróbia, a fim de estimar o N0. A fertilização com N acelerou o crescimento das árvores em até 12% até os dois anos de idade. Numa idade intermediária, entre 3 e 4 anos, essa resposta caiu para 6%. Na idade de corte, não foi observada resposta à fertilização. As Produtividades Relativas (PR) nos povoamentos jovens e de idade média não se correlacionaram com a razão N0/Nt. Isso indica que o N disponível existente no solo é suficiente para atender a demanda das árvores. O N total (Nt) representou 3 a 5% da MO. As razões entre as concentrações de N0 e de Nt variaram, na sua grande maioria, entre 10 a 16%. O N0 encontrado, na camada superficial (0-20 cm), foi positivamente correlacionado com os teores de MO, de Nt e de argila, mostrando-se um bom indicador da disponibilidade de N nos solos. Os estoques de N0 da camada superficial (0-20 cm) são suficientes para 4 a 5 rotações de cultivo (7 anos cada), se levado em consideração a saída média de N do sistema via exportação pela colheita (apenas madeira), e as entras via fertilização e deposição atmosférica.
ASSUNTO(S)
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