Resposta imune à saliva de flebotomíneos (diptera: psychodidae) em indivíduos residentes em áreas urbana e periurbana no nordeste do brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A Leishmaniose visceral (LV) tem vasta distribuição geográficas nas áreas tropicais e subtropicais do planeta, cujo parasito é um protozoário do gênero Leishmania. Esse patógeno é transmitido aos hospedeiros através da picada do flebotomíneo, juntamente com sua saliva, o que leva resposta imunológica a ambos. No estado do Rio Grande do Norte, 85% da fauna flebotomínica capturada corresponde a Lutzomyia longipalpis, porém o segundo mais abundante, Lutzomyia evandroi, vem merecendo destaque devido ao seu comportamento eclético e ampla distribuição. A exposição de pessoas residentes em área endêmica para a LV ao inseto vetor aumenta grandemente as chances de infecção. O presente trabalho teve como objetivo avaliar aspectos do perfil epidemiológico de LV de área endêmica e não endêmica na Região Metropolitana de Natal, assim como verificar a abundância e flutuação sazonal de espécies de flebotomíneos em dois municípios endêmicos para a LV. Foram realizadas coletas nos municípios de Nísia Floresta, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, dos quais foram separados grupos de fêmeas para posterior dissecação das glândulas salivares e identificação das espécies. As amostras de sangue utilizadas foram provenientes de indivíduos de dois bairros de Natal onde nunca fora relatado casos de LV e de bairros de Parnamirim que apresentam casos recorrentes de LV. No município de Nísia Floresta, a espécie mais abundante foi L. evandroi com 38,39%, seguida de L. longipalpis com 36,22%, L. walkeri 19,67%, L. lenti 3,81%, L. wellcomei 1,39% e L. whitmani 0,52%. Já em Parnamirim, as proporções foram L. walkeri com 73,15%, L. evandroi com 10,55%, L. wellcomei 7,63%, L. longipalpis 6,37%, L. whitmani 1,46%, L. sordellii 0,52%, L. intermedia 0,21 e L. shanonni 0,1%. Em ambos municípios foi observado maior abundância de espécies distribuídos nos meses inicias do ano, como Fevereiro e Março. O estudo mostrou que não há diferença na exposição ao vetor da LV entre indivíduos de área endêmica e não endêmica para essa enfermidade. Porém há diferença na exposição de indivíduos entre L. longipalpis e L. evandroi, confirmando a grandiosa competência vetorial do primeiro. Também foi possível caracterizar como fenótipo mais predominante na população de área endêmica aqueles que apresentavam respostas sorológicas negativas para antígenos de Leishmania e resultado negativo no teste cutâneo de Montenegro (DTH), indicando que boa parte da população está sendo picada por insetos não infectados

ASSUNTO(S)

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