Resultados do transplante cardíaco no paciente urgente - quem deve ser transplantado?

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-09

RESUMO

Objetivo: Avaliar os resultados imediatos e de longo prazo do transplante cardíaco em dois níveis diferentes de urgência. Métodos: De novembro de 2003 a dezembro de 2012, 228 pacientes foram submetidos a transplante cardíaco. Crianças e os pacientes em choque cardiogênico foram excluídos do estudo. Do grupo final (n=212), 58 pacientes (27%) estavam hospitalizados e em suporte inotrópico (Grupo A), enquanto 154 (73%) aguardavam transplante em casa (Grupo B). Os pacientes do Grupo A eram mais jovens (52,0±11,3 vs. 55,2±10,4 anos, P=0,050) e tinham menor tempo de espera (29,4±43,8 vs. 48,8±45,2 dias, P=0,006). Não foram encontradas diferenças entre os sexos ou outras comorbidades. Níveis de hemoglobina foram menores e de creatinina superiores no Grupo A. As características dos doadores foram semelhantes. O acompanhamento foi de 4,5±2,7 anos. Resultados: Não foram observadas diferenças no tempo de isquemia (89,1 ± 37,0 vs. 91,5 ± 34,5 min, P=0,660) ou no suporte inotrópico (13,8% vs. 11,0%, P=0,579), nem na incidência de rejeição celular ou humoral e de vasculopatia do enxerto. Incidência de diabetes de novo no início do primeiro ano foi um pouco maior no Grupo A (15,5% vs. 11,7%, P=0,456), e esses pacientes apresentaram maior risco de infecção grave (22,4% vs. 12,3%, P=0,068). A mortalidade hospitalar foi semelhante (3,4% vs. 4,5%, P=0,724), bem como a sobrevida a longo prazo (7,8±0,5 vs. 7,4±0,3 anos). Conclusões: Os resultados obtidos em pacientes hospitalizados em suporte inotrópico foram semelhantes aos de pacientes que aguardam o transplante em casa. Alocação de doadores para o primeiro grupo não parece comprometer o benefício do transplante. Esses resultados podem não ser estendidos aos pacientes mais críticos.

ASSUNTO(S)

transplante de coração cirurgia torácica complicações pós-operatórias sobrevida

Documentos Relacionados