Rituais políticos e a transformação do Partido Comunista Italiano
AUTOR(ES)
Kertzer, David
FONTE
Horizontes Antropológicos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001-07
RESUMO
Os rituais exercem um papel central na vida política contemporânea, mesmo que, freqüentemente, este papel não seja reconhecido. Demonstramos, através da análise da transformação, entre 1989-1991, do Partido Comunista Italiano (PCI) em um partido pós-comunista, o papel-chave do ritual na política moderna. Ao longo deste caminho, examinamos e ilustramos as maneiras pelas quais os rituais são empregados para propósitos políticos. Após a queda do muro de Berlim, líderes do PCI decidiram que a identidade comunista tornou-se demasiadamente estigmatizada, e que uma nova identidade era necessária para o Partido, para que se evitasse o seu declínio. Desde a metade dos anos 1979, o segundo maior partido da Itália, o PCI, vinha constantemente perdendo suporte eleitoral. Na tentativa de mudar sua identidade, no entanto, os líderes do PCI deparam-se com a grande força do simbolismo associado ao Comunismo na Itália. Para muitos membros, o ser "Comunista" era parte central de sua própria auto-imagem. A oposição dentro do Partido tirou vantagem da força deste simbolismo, e dos ritos associados a ele, para opor-se à mudança. A inabilidade para inventar novos ritos e símbolos que tivessem o mesmo poder, deixou a liderança vulnerável. Este artigo examina esta disputa, pensada através do simbolismo e do ritual, olhando para o processo pelo qual o Partido Comunista Italiano tornou-se o Partido Democrático da Esquerda (PDS).
ASSUNTO(S)
movimento social italiano partido comunista italiano política rituais
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