Rubem Braga e o semanário Comício: cidade, política e imprensa no segundo governo Vargas / Rubem Braga and the Comício newspaper: city, politics and the press in the second Vargas government

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/01/2012

RESUMO

Neste trabalho analiso o semanário antigetulista Comício, fundado por Rubem Braga, Joel Silveira e Rafael Corrêa de Oliveira e que circulou entre maio e outubro de 1952. Debruço-me sobre o periódico tendo como arcabouço teórico-metodológico o triângulo autor-obra-público formulado por Antonio Candido. Assim, discorro sobre os colaboradores (autor), sobre a estrutura, o estilo e o conteúdo (obra) e sobre os anúncios publicitários e a seção O leitor escreve, indicadores que permitem recompor a sua recepção (público). No quadro de colaboradores, além dos próprios fundadores, estavam nomes de dois campos, o literário e o jornalístico: Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Carlos Castello Branco, Clarice Lispector, Sérgio Porto, Millôr Fernandes, Antônio Maria, Lúcio Rangel, Eneida entre outros. Localizo essa experiência literário-jornalística no interior das transformações pelas quais a imprensa passava na década de 1950, enfatizando a sua posição no interior da imprensa nacionalista. O conteúdo do semanário é analisado a partir de três eixos: os editoriais, as reportagens sobre o povo e os textos de Rubem Braga. Partindo dos editoriais, apreendo de que forma o cenário, os atores e os acontecimentos políticos eram retratados e interpretados. Dentre as questões candentes no período e que foram por eles debatidas, destaco o temor sobre a possibilidade de instauração de mais um regime ditatorial por parte de Getúlio Vargas e a questão da liberdade de imprensa no Brasil. A economia do país também é discutida, tendo como foco a questão da exploração do petróleo nacional. Outro assunto muito presente em Comício é o que diz respeito à classe trabalhadora e ao que é definido como povo. São muitas as reportagens que apresentam o universo do trabalhador ao leitor do semanário. Por meio delas é possível ter acesso a uma percepção específica sobre a cidade do Rio de Janeiro no período. Por fim, debruço-me sobre a seção Os dias do Presidido e sobre as crônicas de Rubem Braga, com o intuito de apreender a forma como o autor se posicionava em relação aos assuntos cruciais da época. Nas páginas de Comício, encontramos um testemunho crítico e reflexivo a respeito de um período conturbado da história nacional, que foi o segundo governo Vargas.

ASSUNTO(S)

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