Saber e saber dizer o conhecimento que move o ensinar de línguas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A questão do conjunto mínimo de competências do professor de LE é um tema que, nas últimas décadas, tem incentivado vários pesquisadores da área de Lingüística Aplicada a realizar estudos nessa direção. O conceito em si foi (re)significado por Almeida Filho (1993), e faz parte do Modelo de Operação Global de Ensino de Línguas por ele desenhado. O modelo explica o processo operacional de ensinar e aprender língua estrangeira (LE). A análise de abordagem de ensinar do professor, proposta pelo próprio autor, faz parte desse Modelo e representa um procedimento fundamental para o entendimento do conjunto de competências em que se insere a competência teórica, assunto que será abordado nesta dissertação. Tratase de uma pesquisa de cunho qualitativo interpretativista, do tipo estudo de caso, que utiliza como principal eixo ordenador da metodologia de pesquisa o Modelo de Operação Global de Ensino de Línguas, e dentro dele a Análise de Abordagem. O nosso objetivo principal é conhecer como se configura a competência teórica de uma professora de inglês de uma escola da rede pública de ensino do Distrito Federal, assim como tentar compreender o papel desempenhado pela teoria formal-informal na prática dessa professora. Para a consecução dos objetivos propostos utilizamos alguns instrumentos de coleta de dados, dentre eles relatórios da observação de aulas e um questionário. A interpretação dos resultados de pesquisa aponta para o seguinte paradoxo: por um lado, os dados indicam que a participante da pesquisa não consegue (ou consegue de forma tênue) explicitar as teorias que orientam a sua ação pedagógica, o que nos levaria a concluir que ela não tem competência teórica. No entanto, esses dados também evidenciam que a ação pedagógica da participante da pesquisa está focada na internalização de formas lingüísticas, de modelos previamente desenhados por terceiros (no caso o livro didático), a partir de uma abordagem gramaticalista. Neste sentido, a sua ação parece não ser orientada somente por teorias informais, o que nos levaria a acreditar que ela não possui orientação formal, porque não sabe explicitá-la. Ao contrário, os ecos de uma abordagem forte, já teoricamente discutida pela academia e adquirida, possivelmente, segundo os próprios padrões de formação e crenças da professora, dentre outros, estão vivamente presentes na sua prática. Ainda, é importante mencionar que as teorias informais, que orientam a professora, originam-se na interação social e decorrem, portanto, do contato com inúmeros elementos mediadores, dentre eles, o ambiente escolar, pessoas e objetos que lá estiveram presentes, os quais permitem a circulação de teorias formais por meio das diversas vozes que neles circulam

ASSUNTO(S)

saber teoria conhecimento approach analysis competência teórica theory teachers training learning theoretical competence formação de professores linguistica knowledge análise de abordagem

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