Segurança do uso do manitol no preparo para colonoscopia: avaliação prospectiva do nível de metano (CH4) intestinal durante colonoscopia após preparo com manitol e fosfato de sódio (NaP)
AUTOR(ES)
PAULO, Gustavo Andrade de, MARTINS, Fernanda Prata Borges, MACEDO, Erika Pereira de, GONÇALVES, Manoel Ernesto Peçanha, FERRARI, Angelo Paulo
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-09
RESUMO
RESUMO Contexto - Preparo adequado é fundamental para garantia de boa qualidade em colonoscopia. Apesar de relatos de explosão do cólon durante colonoscopia, secundários à produção de metano e hidrogênio pela fermentação bacteriana, acredita-se que a troca gasosa durante o procedimento diminua a concentração existente de metano, permitindo a utilização com segurança, de manitol para o preparo de cólon. Assim, manitol é largamente utilizado para limpeza dos cólons antes da colonoscopia, especialmente devido ao seu baixo custo e eficácia. Objetivo - O objetivo do estudo foi avaliar a segurança do uso de manitol no preparo dos cólons, quando comparado ao uso de fosfo-soda (NaP). Métodos - Este foi um estudo observacional retrospectivo no qual foram incluídos 250 pacientes submetidos a colonoscopia na Universidade Federal de São Paulo e Hospital Albert Einstein (São Paulo - Brasil). Os pacientes receberam preparo de cólon com manitol (n=50) ou NaP (n=200), de acordo com preferências dos médicos que encaminharam os pacientes. O estudo foi realizado entre agosto e dezembro de 2009. O principal resultado pesquisado foi a presença de níveis detectáveis de metano (CH4) durante a colonoscopia, e a redução nestes níveis após troca gasosa durante o procedimento. As concentrações de metano foram dosadas com detector multi-gas (X-am 7000, Dräger Safety AG & Co., KGaA, Lübeck, Alemanha) conectado a um cateter plástico que foi introduzido no canal de instrumentação do colonoscópio. Outro achado de interesse foram níveis de O2. Níveis de metano e O2 foram relatados em ppm. Média, diferença entre as médias e desvio padrão nos níveis dos gases em ambos momentos foram comparados nos dois grupos. A proporção de pacientes com níveis detectáveis ou altos de metano em ambos os grupos foram comparados. Variáveis contínuas foram analisadas com teste t e variáveis categóricas com o teste do qui-quadrado. Os Comitês de Ética de ambas instituições aprovaram o protocolo do estudo. Resultados - Pacientes nos dois grupos foram comparáveis quanto aos dados demográficos, indicação para colonoscopia, classificação ASA e qualidade do preparo do cólon. Sete (3,5%) pacientes no grupo NaP tinham níveis detectáveis de metano durante a introdução do colonoscópio. Os níveis de metano se tornaram indetectáveis durante a retirada do aparelho. Nenhum dos pacientes no grupo manitol tinha níveis detectáveis de metano. Níveis de O2 foram semelhantes nos dois grupos. Conclusão - Este é o estudo com maior casuística que avaliou a segurança do uso de manitol para preparo de cólon, no que diz respeito a dosagem de metano. Nossos resultados indicam que o emprego do manitol é tão seguro quanto o NaP, e que a troca gasosa é eficaz na redução da concentração de metano.
ASSUNTO(S)
colonoscopia manitol absorção intestinal metano
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