Sensibilidade da mama antes e após a mamoplastia com cicatriz curta em L

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A preservação da sensibilidade da mama é uma das metas a serem alcançadas na moderna cirurgia de mama, mas a literatura sobre o assunto é escassa e contraditória. O objetivo desta pesquisa foi estudar prospectivamente a sensibilidade das mamas de 64 pacientes submetidas à técnica de mamoplastia com cicatriz curta em L. As mamas (n=125) foram testadas um dia antes da operação, seis meses e 12 meses depois, com os monofilamentos de Semmes- Weinstein. Foram testados nove pontos em cada mama: o mamilo, quatro pontos cardeais na aréola e quatro pontos cardeais na pele. As mamas foram classificadas em três grupos, de acordo com o peso do tecido mamário excisado: grupo A, até 200 gramas; grupo B, de 201 a 400 gramas; grupo C, mais de 400 gramas. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparar a sensibilidade das regiões da mama nos diferentes grupos, em períodos distintos. O teste de Friedman foi empregado para comparar a evolução da sensibilidade das regiões da mesma mama em diferentes períodos operatórios, separadamente em cada um dos grupos. Valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Descreveu-se a técnica de mamoplastia com cicatriz curta em L e manobras cirúrgicas para preservarem-se as divisões anteriores dos ramos cutâneos laterais dos nervos intercostais. Antes da operação, observou-se que a sensibilidade na pele das mamas foi menos intensa significativamente com o aumento da ptose mamária (graus I, II e III; p=0,021) e verificou-se, também, relação entre volumes mamários maiores e menos sensibilidade nas regiões da aréola (grupos B e C; p<0,001) e da pele (grupo C; p<0,001). Não se observou, 12 meses depois, relação entre maiores volumes excisados e menos sensibilidade mamária. Nos complexos aréolo-mamilares, todos os grupos alcançaram níveis de sensibilidade sem diferença significativa em relação aos níveis pré-operatórios, entre seis e 12 meses após a operação. Depois de seis e 12 meses, verificaram-se níveis de sensibilidade mais intensa significativamente na pele das mamas com excisões de mais de 200 gramas (grupo B; p=0,002 e grupo C; p<0,001). As pacientes também foram avaliadas subjetivamente, respondendo a questionário 12 meses após a operação. Do total, 89,1% informaram que a sensibilidade do complexo aréolo-mamilar não desapareceu nem mesmo nos primeiros dias de pós-operatório. Depois de 12 meses, nenhuma relatou áreas de insensibilidade na aréola ou no mamilo; 66,4% do total das pacientes e 94,4% das componentes do grupo C (média de excisão de tecido mamário de 499 gramas) descreveram sensibilidade da aréola e do mamilo melhor ou igual à sensibilidade pré-operatória. Concluiu-se que, após a mamoplastia com cicatriz curta em L, a sensibilidade mamária à pressão retorna aos níveis pré-operatórios ou melhora e que a maioria das pacientes fica satisfeita com a qualidade e a intensidade da sensibilidade na aréola e no mamilo, principalmente aquelas com mamas maiores.

ASSUNTO(S)

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