Sepse em pacientes queimados
AUTOR(ES)
Macedo, Jefferson Lessa S. de, Rosa, Simone C., Castro, Cleudson
FONTE
Rev. Soc. Bras. Med. Trop.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003-12
RESUMO
Um estudo prospectivo foi realizado de junho de 2001 a maio de 2002, na Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte, Brasília, Brasil. Durante o período do estudo, 252 pacientes foram tratados na Unidade de Queimados, 49 (19,4%) desenvolveram sepse clinicamente e microbiologicamente provada. Vinte e seis (53,1%) eram homens, 23 (46,9%) eram mulheres, com uma média de idade de 22 anos (variação de um a 89 anos) e superfície corporal queimada total de 37,7 ± 18,4% (variação de 7 a 84 %). Quarenta e três pacientes tiveram queimaduras por chama aberta, cinco por escaldamento e um por queimadura elétrica. Esses 49 pacientes tiveram um total de 62 episódios septicêmicos. Quarenta (81,6%) pacientes tiveram somente um episódio de sepse e nove (18,4%) tiveram até três episódios. Trinta (61,2%) pacientes tiveram seu primeiro episódio septicêmico dentro da primeira semana após a queimadura. Dos 62 episódios de sepse, 58 foram bacterianos e quatro por Candida sp. As bactérias mais comumente isoladas das hemoculturas foram Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase-negativo, Acinetobacter baumannii, Enterobacter cloacae e Klebsiella pneumoniae. Onze (18,9%) episódios foram devido a S. aureus resistentes à oxacilina. A. baumannii era sensível a ampicilina/sulbactam em 71,4% e ao imipenem em 85,7% dos casos. O foco primário da sepse foi a queimadura em 15 (24,2%) episódios. Os achados clínicos mais comuns da sepse foram a febre, dispnéia, hipotensão e oligúria. As alterações laboratoriais mais comuns foram a anemia, leucocitose, hipoabuminemia e trombocitopenia. Doze (24,5%) pacientes morreram. O conhecimento apropriado dos aspectos clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e microbiológicos da sepse no paciente queimado favorecem um adequado diagnóstico e tratamento dessa complicação.
ASSUNTO(S)
queimadura sepse infecção hospitalar
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