Sistema hegeliano como uma filosofia da história

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo da tese é demonstrar que o sistema hegeliano é uma Filosofia da História. A tese tem como foco central a estrutura do conceito e do método expostos por Hegel no último livro da Ciência da Lógica. Não se trata de uma formulação estritamente lógica, mas de uma forma específica de articulação do real no qual a razão é instaurada na medida em que é traduzida na sistemática do real, e esta determinada em seu movimento racional. Com esta fundamentação, a preocupação é com o real em seu processo metódico de estruturação racional. O objeto de investigação é a Filosofia da História Universal compreendida como um universo efetivo de constituição da liberdade e do pensamento filosófico. A lógica efetiva da liberdade encontra a primeira instância de realização no conceito hegeliano de Estado definido como o material da realização da História. O Estado é um indicativo da não restrição do indivíduo à sua particularidade sensível e individualidade imediata, mas que constrói a sua liberdade na forma de organização política efetivada na substancialidade ética. O Estado é resultado das relações estabelecidas entre os indivíduos e grupos sociais, e só tem consistência através liberdade efetiva dos cidadãos. Nele se dá a universalização do individual e particular na substancialidade ética e o retorno do substancial à particularidade em forma de liberdade individual. Em relação ao Estado, a Filosofia da História representa a passagem da particularidade à universalidade concreta marcada por um conjunto de Estados integrados num contexto de relações internacionais, por um conjunto de civilizações cuja trajetória é perpassada por uma racionalidade dialética fundamental a partir da qual os homens efetivam a sua liberdade. A tese tem como resultado conclusivo a coextensividade entre Sistema e História, esta como efetividade da razão e aquele como articulação da razão a partir do olhar do conceito. A fundamental implicação destes conceitos está na demonstração de que a razão filosófica não é anterior ou exterior à História, mas é constituída na interioridade histórica como desenvolvimento da Idéia de liberdade, resultando num sistema filosófico constituído pela fundamental implicação da efetividade histórica e da razão filosófica. Um sistema de mediações permite a sustentação do pensamento filosófico de Hegel como uma fundamental e universal Filosofia da História.

ASSUNTO(S)

filÓsofos alemÃes - crÍtica e interpretaÇÃo hegel, georg wilhelm friedrich - crÍtica e interpretaÇÃo filosofia alemà filosofia

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