Soroprevalência da toxoplasmose e leptospirose em mamíferos selvagens neotropicais do zoológico do Parque da Cidade Governador José Rollemberg Leite, Aracaju, Sergipe / Seroprevalence of toxoplasmosis and leptospirosis in neotropical wild mammals from Zoológico do Parque da Cidade Governador José Rollemberg Leite, Aracaju, Sergipe.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Os zoológicos modernos são instituições destinadas à manutenção da fauna selvagem com objetivo de conservação, pesquisa cientifica, lazer, recreação e educação ambiental. A ampla variedade de espécies selvagens, vivendo em condições diferentes do seu habitat natural, representa um ambiente propício à disseminação de doenças, muitas delas zoonóticas. Devido à escassez de dados e à relevância dos mamíferos selvagens no contexto epidemiológico, tanto na toxoplasmose, quanto na leptospirose, objetivouse determinar a soroprevalência de toxoplasmose e de leptospirose em mamíferos selvagens neotropicais do Zoológico do Parque da Cidade Governador José Rollemberg Leite, Aracaju, Sergipe. Para tanto foram colhidas amostras sanguíneas de 32 mamíferos selvagens, adultos e de ambos os sexos, das espécies: 14 macacos-prego (Cebus apella), quatro macacos-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternus), três onças-suçuaranas (Puma concolor), uma onça-pintada (Panthera onca), uma raposa-do-campo (Pseudolopex vetulus), seis guaxinins (Procyon cancrivorus), dois quatis (Nasua nasua) e um papa-mel (Eira barbara). Para pesquisa de anticorpos anti- Toxoplasma gondii foi utilizado o teste de Aglutinação Modificada com taquizoítos inativados na formalina e 2-mercaptoetanol (ponto de corte na diluição 1:25) e para pesquisa de anticorpos anti-Leptospira spp foi utilizado o teste de Soroaglutinação Microscópica (ponto de corte na diluição 1:100) com uma coleção de antígenos vivos que incluiu 24 variantes sorológicas de leptospiras patogênicas e duas leptospiras saprófitas. Dentre os 32 mamíferos, 17 (53,1%) apresentaram anticorpos anti-T. gondii e quatro (12,5%) foram positivos para anticorpos anti-Leptospira spp. De acordo com o sexo, 60% (9/15) dos machos e 47,1% (8/17) das fêmeas foram soropositivos para T. gondii e 26,7% (4/15) dos machosapresentaram anticorpos anti-Leptospira spp. Com relação à procedência, dos mamíferos que apresentaram anticorpos anti-T. gondii, 47% (8/17) nasceram no zoológico, 41,2% (7/17) foram oriundos de outras instituições e dois (11,8%) foram provenientes da natureza. Em relação aos quatro mamíferos soropositivos para Leptospira spp, três (75%) foram procedentes da natureza e um (25%) nasceu no zoológico. Este trabalho representou o primeiro inquérito sorológico para a ocorrência de anticorpos anti-Leptospira spp em primatas e carnívoros neotropicais em um zoológico do Nordeste do Brasil e descreveu pela primeira vez a ocorrência de anticorpos anti-T. gondii e anti-Leptospira spp com sorovar mais provável Copenhageni no primata ameaçado de extinção macaco-prego-de-peito-amarelo (C. xanthosternus).

ASSUNTO(S)

toxoplasma gondii leptospira anticorpos primatas carnívora sergipe (br) mamíferos selvagens medicina veterinaria leptospira spp antibody primates carnivora brazil mammals

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