Teste de alelismo para genes de resistência à ferrugem asiática da soja

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Atualmente, o Brasil figura como o segundo produtor mundial de soja (Glycine max), ficando atrás somente dos Estados Unidos. No Brasil, a recente incidência da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é motivo de grande preocupação tanto para produtores da oleaginosa como para pesquisadores em virtude do grande potencial de danos e de redução na produtividade da cultura. Existem relatos na literatura de quatro genes dominantes para resistência à ferrugem da soja, denominados Rpp1, Rpp2, Rpp3 e Rpp4, identificados em introduções de plantas (PIs) e cultivares. No Brasil, a resistência conferida pelos genes Rpp1 e Rpp3 foi quebrada com o isolado proveniente do Mato Grosso, em 2003. A identificação de genótipos de soja portadores de novos genes de resistência é primordial para que se desenvolvam estratégias de controle à ferrugem através de variedades resistentes. O presente estudo teve como objetivo realizar testes de alelismo para genes de resistência à ferrugem asiática presentes em fontes do banco de germoplasma da soja, em relação aos genes já descritos na literatura. Para tanto, 33 genótipos, identificados como portadores de resistência à ferrugem asiática, foram cruzados com a PI 230970 (portadora do gene de resistência Rpp2) e PI 459025 (portadora do gene de resistência Rpp4), cuja resistência ainda não foi quebrada. As gerações parentais e F2 derivadas desses cruzamentos foram avaliadas em casa-de-vegetação. As plantas foram inoculadas com uma concentração de 2,5x104 esporos por mL de solução e treze dias após essa inoculação foram realizadas três avaliações, uma a cada semana, classificando-se a reação de resistência (lesões RB) ou suscetibilidade (lesões TAN). Com base no padrão de segregação para as classes resistente e suscetível na geração F2, foi aplicado o teste de quiquadrado para averiguar as hipóteses de segregação independente dos genes ou de alelos pertencentes ao mesmo loco. Verificou-se que as PI 197182, PI 230971 e PI 417125 possuem o gene de resistência presente no loco Rpp2. As fontes GC 84058-21-4, PI 408251, PI 379618 TC1, Nova Santa Rosa, PI 203398 (Abura), PI 423966, PI 416764, PI 417115, GC 84051-9-1, PI 398526, PI 416819, PI 339866, PI 340050, PI 417503, PI 417421, PI 203406, FT 87-17893, PI 417074, PI 408205, GC 84058-18-4, PI 416810, PI 200487 (Kinoshita) e PI 423962 (Hyuuga) possuem genes de resistência à doença presentes em locos diferentes em relação a Rpp2 e Rpp4. No caso dos genótipos PI 398513, PI 407912, PI 398507, PI 398781, PI 398561 e IPB 77-257, verificou-se que tiveram sua resistência quebrada pelo fungo. Para a fonte BR 86-448 não foi possível chegar a uma conclusão, sendo necessário que se realizem mais estudos com essa fonte de resistência.

ASSUNTO(S)

soja - doenças e pragas fungos - genética ferrugem asiática genética vegetal diseases and pests fungi genetics soybean

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