Thermoascus aurantiacus (cepa brasileira) : aspectos do crescimento, produção enzimatica e utilização no tratamento de materiais lignocelulosicos

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1991

RESUMO

A cepa brasileira de Thermoascus aurantiacus,. um fungo termófilo. foi estudada quanto as condiçeies de crescimento. produção de enzimas e ação sobre materiais lignocelulósicos. O fungo mostrou capacidade para crescer em meios de cul tivo que continham materiais lignocelulósicos como bagaço de cana, casca de arroz e serragem de Eucaliptus grandis. como únicas fontes de carbono. O crescimento do fungo nestes substratos foi melhor do que em substratos celulósicos. As condições ótimas de crescimento do fungo foram determinadas através de métodos estatisticos de otimização. As condiçõs ótimas obtidas em meio Czapek modificado foram: 0.8% (8.0 g/l) de glicose como fonte de carbono, 37.8 mEq/l (3.2 g/l) de NaN03 como fonte de nitrogênio em pH 6,0 a 48C. Nestas condições o fungo alcançou uma velocidade máxima de crescimento ae 4.74 -0.02 (mm/h). Um teor de 27.4% (p/p) de proteina foi obtida do micélio de Thermoascus aurantiacus aos 10 dias de crescimento em meio contendo 1,5% de glicose sob condições estacionárias. A proteina micelial foi hidrolisada e sua composição em aminoácidos foi determinada. A qualidade da proteina de T.aurantiacus é semelhante à proteína da soja e à sugerida pela FAO. Apresentando uma alta concentração de aminoácidos essenciais Na cultura contendo 1,5% de glicose, sob condições estacionárias e de agitação foi detectada a presença de etanol e metanol provavelmente produtos da fermentação de glicose pelo fungo. O fungo produzi enzimas celuloliti cas, hemiceluloliticas e ligninoliticas em maior ou menor quantidade, quando cultivado em meios que continham diferentes substratos de crescimento. As máximas atividades de endo-glicanase (1.49 UI/ml) e xilanase (1.20 UI/ml), foram obtidas em meio contendo 1.5% de glicose. Os máximos valores foram obtidos quando a glicose alcançou uma concentração de 0.3%. no sexto dia de crescimento. sob condições estacionárias. A atividade celulolitica de Thermoascus aurantiacus foi comparável à do fungo Trichoderma reesei (cepa selvagem), o fungo apresentou, atividade enzimática capaz de descolorir Remazol brilliant blue R. sendo que a máxima descoloração ocorreu quando foram adicionados ao meio 1.5% de glicose e 0.5% de serragem de Eucaliptus grandis, simultaneamente. Uma ligeira descoloração ocorreu quando o meio continha somente glicose. Uma alta atividade fenol oxidase foi obtida quando o fungo foi culivado em meio que continha 1,5% de serragem de Eucaliptus grandis e 0,5% de glicose. Nenhuma atividade foi obtida utilizou-se apenas glicose como fonte de carbono. Foi estudada a biodegradação dos componentes da madeira de Eucaliptus grandis (serragem e cavacos) . Após 21 dias de tratamento da madeira com Thermoascus aurantiacus, sob condições estacionárias e 50°C. obteve-se uma perda de peso de 6,7% para serragem e de 6,2% para cavacos, em cultura contendo 0.5% de glicose. Em ambos os casos (serragem e cavacos), o fungo atacou, principalmente, os componentes extraiveis em etanol/benzeno, provovando uma perda em peso de 64.4% na serragem e 59.0% nos cavacos

ASSUNTO(S)

energia da biomassa fungos - biotecnologia

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