Timpanometry in neonates: Measures and Interpretations / Achados timpanométricos em neonatos:medidas e interpretações

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Introdução. A identificação e a caracterização precoce da perda auditiva em neonatos visam estabelecer condições para uma intervenção adequada, tão cedo quanto possível, a fim de reduzir as conseqüências negativas no desenvolvimento pessoal e social da criança. A timpanometria faz parte da bateria de testes do diagnóstico da perda auditiva e é utilizada para avaliação da orelha média, para diferenciar perdas condutivas de neurossensoriais. A timpanometria realizada em neonatos com menos de seis meses, quando executadas com tom sonda de baixa freqüência (226 Hz), pode gerar dúvidas, pois nesse tipo de sonda, neonatos com otite média podem revelar timpanograma aparentemente normal. Com isso, tem-se investigado o uso de tom sonda de alta freqüência (678 e 1000 Hz) em busca de resultados mais confiáveis. Objetivo. Descrever e analisar interpretações de características e medidas obtidas na timpanometria de neonatos ouvintes com sonda de tom prova de 226, 678 e 1000 Hz. São descritos os seguintes aspectos do timpanograma: características da curva timpanométrica, Admitância Acústica Estática de Pico Compensado na Altura da Membrana Timpânica (Ymt), Largura Timpanométrica (LT), Pressão do Pico Timpanométrico (PPT) e Volume Equivalente do Meato Acústico Externo (Vea). Metodologia. Os sujeitos analisados passaram por uma triagem que incluiu anamnese e teste de emissões otoacústicas. Para a realização das timpanometrias foi utilizado o analisador de orelha média GSI-33-II, com tons sonda de 226, 678 e 1000 Hz, em sala silenciosa e com a criança em estado tranqüilo. Resultados. Foram obtidos timpanogramas de 110 neonatos ouvintes com 6 a 30 dias de idade (58 meninos e 52 meninas), perfazendo um total de 660 timpanogramas. No tom sonda de 226 Hz, o tipo de curva pico único (A) apareceu em 105 (47,7%) orelhas e o tipo pico duplo (PD) em 115 (52,3%) orelhas. Os resultados na freqüência de 678 Hz indicaram 56 (25,5%) ocorrências de curva tipo A, 16 (7,3%) do tipo invertida (I) e 148 (67,3%) curvas do tipo assimétrica (AS). Na sonda de 1000 Hz foram registradas 156 (70,9%) curvas do tipo A, 62 (28,2%) do tipo AS e 2 (0,9%) do tipo I. Dentre as variáveis quantitativas analisadas, apenas o Vea apresentou efeito de significância por orelha na sonda de tom prova de 1000 Hz. O Vea apresentou efeito de significância em relação ao gênero nas freqüências de 226 e 1000 Hz. A Ymt, também, apresentou efeito de significância por gênero, na sonda de 1000 Hz, sendo maior nos meninos. Nas demais variáveis não foi encontrado efeito de significância nem por orelha e nem por gênero. Quando interpretados de acordo com o protocolo recomendado por Sutton et al (2002), obteve-se, em 678 Hz, 208 (94,5%) orelhas com resultado normal, enquanto 12 (5,5%) foram interpretadas como anormais. Na sonda de tom prova de 1000 Hz, 217 (98,6%) das orelhas foram normais, e apenas 3 (1,4%) dos timpanogramas foram classificados como anormais. Conclusão. Os achados timpanométricos, tanto em 226 Hz quanto em 1000 Hz, foram compatíveis com os resultados presentes na literatura, que descrevem alta ocorrência de curvas do tipo A em sonda de 1000 Hz e equilíbrio entre os tipos de curva A e PD em sonda de 226 Hz. Os dados registrados para as medidas quantitativas, também, estiveram de acordo com o indicado na literatura. A interpretação das curvas timpanométricas com sonda de 1000 Hz utilizando o protocolo proposto por Sutton et al (2002) foi a que possibilitou a classificação de normal na maior porcentagem das orelhas avaliadas, sugerindo que este pode ser um método de grande utilidade na avaliação de bebês. Recomenda-se que pesquisas futuras com esse protocolo sejam realizadas.

ASSUNTO(S)

timpanometria em neonatos audiologia high-frequency probe tone testes de impedância acústica sonda de alta freqüência timpanometry in neonates fonoaudiologia recem-nascido

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