Trabalho noturno e risco cardiovascular em funcionários de universidade pública

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-04

RESUMO

OBJETIVO: Estimar a associação entre trabalho noturno e alto risco cardiovascular. MÉTODOS: Estudo transversal desenvolvido com 211 trabalhadores de ambos os sexos, idades entre 30 e 64 anos, do campus saúde de uma universidade pública do estado de Minas Gerais. O trabalho noturno foi definido como período laboral entre 19h e 7h, e o alto risco cardiovascular foi baseado no escore de Framingham. A associação entre trabalho noturno e alto risco cardiovascular foi estimada pela razão de prevalência (RP) e seu intervalo de confiança de 95% (IC 95%), ajustada por potenciais fatores de confusão e calculada por meio da regressão de Poisson. RESULTADOS: O trabalho noturno era exercido por 38,4%, e o alto risco cardiovascular foi diagnosticado em 28% da amostra. A hipertensão foi mais prevalente nos trabalhadores noturnos em comparação aos diurnos (p < 0,05). Na análise bivariada, trabalho noturno, categorias passivo e alta exigência da escala de demanda-controle do trabalho, tempo no trabalho > 120 meses, escolaridade > 9 anos, renda familiar > 6 salários-mínimos, obesidade abdominal nível 2 e níveis de triglicérides > 150 mg/dL se associaram ao alto risco cardiovascular (p < 0,05). Após a análise multivariada, o trabalho noturno se manteve associado independentemente ao alto risco cardiovascular (RP = 1,67; IC 95% = 1,10-2,54). CONCLUSÃO: A prevalência do elevado risco cardiovascular foi 67% maior entre os trabalhadores noturnos. Essa associação deve ser considerada nas discussões sobre promoção da saúde do trabalhador com relação às modificações no processo de trabalho.

ASSUNTO(S)

trabalho noturno fatores de risco doenças cardiovasculares saúde pública enfermagem

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