Tracheoesophageal speech in total laryngectomized patients: expressiveness as a proposal for intervention / Fala traqueoesofágica em laringectomizados totais: expressividade como proposta de intervenção
AUTOR(ES)
Niele Caroline Vasconcelos Medeiros
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Introdução: a fala traqueoesofágica (FT), obtida por meio da prótese traqueoesofágica, possui limitações representadas pela pouca variação melódica e de intensidade, o que interfere na eficiência comunicativa dos indivíduos com prótese. O fonoaudiólogo, no contexto da laringectomia total, tem focado o seu trabalho mais na direção da fonação. O terapeuta muitas vezes, ao privilegiar a voz, esquece de outros aspectos da comunicação verbal (velocidade de fala, ênfase, pausa e inflexão, entre outros) e da não-verbal (postura, gestos e expressão facial). Objetivo: analisar a expressividade pré e pós-realização de um programa de intervenção fonoaudiológica em dois indivíduos com fala traqueoesofágica. Método: dois sujeitos (S1 e S2) com FT participaram de um programa de intervenção fonoaudiológica com foco na expressividade, realizado em quatro encontros de duas horas cada. Foram feitas duas gravações em vídeo (uma pré e uma pós-intervenção). Participaram do julgamento da comunicação de cada sujeito 10 juízes (o próprio sujeito, três parentes, três fonoaudiólogos experientes no atendimento a pacientes oncológicos, e três indivíduos da população sem familiaridade com a FT). Foi perguntado aos juízes se o desempenho comunicativo estava igual ou diferente. Caso percebessem diferenças, deveriam justificar sua resposta identificando qual aspecto havia modificado, de acordo com um roteiro de avaliação pré-elaborado, com aspectos da comunicação verbal e não-verbal. Resultados: Na opinião de S1 houve mudanças quanto à expressão facial, compreensão e velocidade de fala, uso de pausas e qualidade de voz. S2 descreveu as mudanças de maneira positiva para os aspectos: postura corporal, movimentos de cabeça, expressão facial, compreensão e velocidade de fala, uso de pausas e ênfases, intensidade e qualidade de voz. Para os parentes dos sujeitos, os aspectos mais apontados foram: expressão facial, compreensão de fala e qualidade de voz. Os fonoaudiólogos fizeram uma avaliação mais técnica da comunicação verbal, pois perceberam a marcação de ênfases por pausas e variação da loudness, bem como associaram maior melodia de fala com melhora na qualidade de voz, embora tenham feito pouca menção à comunicação não verbal. Os juízes leigos observaram mais o corpo dos sujeitos ao perceberem diferenças principalmente nos gestos e expressão facial, além da melhora na compreensão de fala e qualidade de voz. Conclusão: a comunicação verbal, tão valorizada na clínica fonoaudiológica, em laringectomizados totais com FT, recebeu maior destaque do que a não-verbal na percepção de todos juízes. As fonoaudiólogas mostraram-se mais detalhistas em identificar mudanças na comunicação verbal e os juízes leigos observaram a comunicação de forma mais global. Isso evidencia que a clínica fonoaudiológica pode transcender a voz e valorizar o trabalho com expressividade na reabilitação desses indivíduos
ASSUNTO(S)
fala fonoaudiologia inteligibilidade de fala laringectomia laryngectomy communication comunicação voz esofagica intelligibility of speech
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7516Documentos Relacionados
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