Transformações fisica e bioquimica de isoflavonas conjugadas de soja (Glycine max L.) e o efeito na atividade biologica in vitro

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

As isoflavonas são conhecidas por suas atividades biológicas tais como, atividades estrogênica, antifúngica, antioxidante e antitumoral (mama e próstata), além de inibir a atividade de enzimas ligadas à divisão celular, sendo estas atividades biológicas mais acentuadas nas formas agliconas que glicosiladas. Sua presença em produtos de soja, tem sido relatada como importante para a saúde humana, além do que o Brasil é o maior exportador de soja no mundo a partir de 2003. O presente trabalho de tese teve como objetivos, avaliar os teores de isoflavonas e seus conjugados presentes em cultivares de soja brasileiros e em alguns produtos à base de soja, bem como, discutir os efeitos associados à presença de isoflavonas, em suas diferentes formas, nas propriedades biológicas (antioxidante, antiinflamatória e antimicrobiana) encontradas em extratos alcoólicos de soja. Analisou-se os teores de isoflavonas em cultivares de soja (Glycine max L.) provenientes de diferentes órgãos estaduais e federais de pesquisa em soja e o efeito da temperatura na extração de isoflavonas de soja. As concentrações mais elevadas de isoflavonas foram obtidas principalmente por extração alcoólica em solução 80 ou 90% de metanol e solução 60 ou 70% de etanol. Foi avaliada a composição de isoflavonas presentes em soja, após tratamento térmico e por radiação gama. A farinha de soja foi tratada por aquecimento a 100 e 121°C por 20, 40 e 60 min; a 121°C por 40 e 60 min, malonil-isoflavonas em farinha de soja foram completamente transformadas a glicosil-isoflavonas. A radiação gama também promoveu a redução no conteúdo de isoflavonas. O extrato metanólico de soja tratado por radiação gama apresentou uma perda gradual no conteúdo de isoflavonas totais (perda de 33,5%), mas em farinha de soja, rica em fibras, a radiação gama teve pouco efeito (perda de 9,96%). Por outro lado, o fungo filamentoso Aspergillus onJzae ATCC 22786 produziu alta atividade de 13- glicosidase, a qual foi capaz de converter glicosil-isoflavonas em agliconas presentes em farinha de soja. Glicosil-isoflavonas (daidzina, glicitina e genistina) foram eficientemente transformadas às suas formas agliconas (daidzeína, gliciteína e genisteína) por fermentação em estado sólido por 48 h a 30°C com esporos (107 esporosjmL) ou pela l3-glicosidase de A. oryzae, após 30 min a 40°C. Após o tratamento da farinha de soja com P-glicosidase, 85,5% das glicosil-isoflavonas foram hidrolisadas às formas agliconas. O tratamento térmico a 121°C seguido da reação enzimática, produziu grande quantidade de isoflavonas agliconas. Portanto, o tratamento combinado de aquecimento a 121°C e reação com p-glicosidase de A. oryzae ATCC 22786 pode transformar eficientemente malonil-isoflavonas a glicosil-conjugados e, posteriormente, a agliconas. Além disso, os extratos metanólicos de farinha de soja tratada com aquecimento e P-glicosidase demonstraram elevadas atividades antioxidantes. No entanto, o tratamento com aquecimento e reação enzimática não mostrou claramente um aumento nas atividades antimicrobiana e antiinflamatória

ASSUNTO(S)

beta-glicosidase isoflavonas radiação aquecimento

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